O Elvas recebeu este domingo o Fátima, na penúltima jornada do apuramento de subida, do Campeonato de Portugal.

Ainda há esperança para os alentejanos depois de uma vitória quase arrancada a ferros. Emoção até ao fim e loucura no Patalino. É caso para dizer que “no final se fazem as contas”.

Agarrados à calculadora

A equipa da casa era quem mais necessitava de vencer, até para tentar cumprir com as expectativas criadas na primeira fase desta temporada.

Em primeiro lugar destacadíssimo, mas que nesta segunda fase ainda não tinha conseguido saber qual o sabor da vitória, uma vez que registava dois empates e duas derrotas.

Contas complicadas, e apenas dois pontos conquistados, mas que a “calculadora” Henrique Cavalcante pode ter facilitado aos 23 minutos, com um golo que surgiu no meio da confusão dentro da área do Fátima.

1×0 no marcador que galvanizou os adeptos ainda esperançosos numa classificação para a Liga 3. Contudo, já não dependentes de si, é certo que o golo aos 29’ do Lusitano de Évora também foi celebrado.

Não errar

A precisar desse resultado no campo do Amora, O Elvas entrou muito intenso, com vontade de fazer render o fator casa.

Muito pressionante ao portador da bola e uma clara aposta num jogo direto, os azuis e ouro sabiam que tinham de fazer a sua parte para não deixarem de poder sonhar com a ascensão.

Isto contra uma equipa que já não é desconhecida, uma vez que já é a terceira vez que se defrontam esta temporada. Na primeira fase, vantagem para os cavaleiros. Na segunda, a derrota por 3×1 em Fátima pesa nas contas.

Seria de esperar, até pelo calor que se ia fazendo sentir por terras elvenses, que o ritmo baixasse. No entanto, O Elvas foi conseguindo lidar com o equilíbrio do jogo e até conseguiu vários lances em contra-ataque.

Os cavaleiros passaram a ser mais cautelosos, com o passar dos minutos, a mando de Bruno Dias, que muitas vezes se viu pedir calma aos seus jogadores. Certamente saberia que qualquer erro poderia custar muito caro.

Cerco a Elvas

Ambas as equipas necessitavam de descanso, até porque a meteorologia não facilitava. No entanto, no segundo tempo, pareceu que só uma equipa descansou. O problema para o Alentejo? Foi o Fátima.

O técnico da equipa visitante orientou a equipa para apertar e cercar a área à defesa da turma da casa. Voltaram mais seguros com bola e bem menos erráticos na definição.

Bruno Dias cedo percebeu que tinha de alterar algumas peças e apostou num refrescar o ataque com a saída do ponta de lança e de um extremo e a entrada da velocidade de Nketia e de Pedro Cotão.

Em ajuda, chegou mais um golo do Lusitano, ao minuto 72’, mas por esta altura os cavaleiros já tinham as linhas definidas lá em baixo, perto de Bruno Bolas.

No entanto, era claro que a bola tinha de passar por Enoh ou Nketia. Lá está a tal aposta na velocidade que foi referida. Porém, era também claro que já havia quem tivesse assumido a partida: O Fátima.

Revés extremo

Com este assumir de batuta, já se adivinhava que algo poderia acontecer no marcador. Pena para os adeptos d’O Elvas que foi mesmo um golo da equipa visitante, aos 78 minutos, por intermédio de Lucas Russo.

Voltou tudo à estaca zero e os azuis e ouro passaram mesmo a necessitar de atacar. Um problema para esta equipa, que pouco conseguia sair a jogar. Um revés extremo para as ambições dos cavaleiros.

De rebentar o estádio

Bruno Dias já não largava o quadro tático. Por mais bolinhas que tentasse mexer, parecia que pouco acalorava a estratégia. Era preciso mesmo mais para dar a volta a esta maré de maus resultados.

Contudo, Nketia tinha outras ideias ainda, perto do cair do pano. Depois de um cruzamento de Cesar Medina Nketia atrapalhou os defesas do Fátima e conseguiu desferir um grande golpe nas redes adversárias.

Final de loucos no Patalino, com os adeptos da casa a rebentarem de alegria. Pode dizer-se mesmo que “a esperança é a última a morrer”. Certo que pouco faltou para o final, mas já ninguém aguentou a emoção para se voltar a sentar.

O ElvasCD Fátima
21
Henrique Cavalcante (23′)
Desmond Nketia (90+9′)
Lucas Russo (78′)