A Desmor, empresa que gere o Rio Maior Sports Center, defendeu hoje como uma opção de gestão da Federação Portuguesa de Natação (FPN) a não continuidade do programa de nadadores-residentes no Centro de Alto Rendimento.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Desmor, Miguel Pacheco, salientou que “o que está em causa é uma opção de não dar continuidade ao projeto de formação com nadadores-residentes, não é a questão da formação na sua globalidade”.

Reconhecendo que era “importante continuar a ter” os atletas residentes, Miguel Pacheco garante que a Desmor queria “continuar com todas as vertentes que a federação tem”, mas que “há uma opção da federação”, que respeitam, “de fazer um maior investimento numas vertentes em Rio Maior do que noutras”.

“Nós vamos ter agora em agosto o maior evento que alguma vez se realizou em Rio Maior através da Federação Portuguesa de Natação. É o campeonato europeu de sub-18 masculino de polo aquático. Vai trazer cerca de 300 atletas a Rio Maior. É o maior evento que alguma vez se fez em Rio Maior e é um evento da federação, portanto, a federação fez aqui um ajustamento das suas prioridades”, afirmou.

O responsável, que considera que esta “não é uma situação que seja positiva”, salienta que a relação com a FPN se mantém intacta e que não há qualquer mudança, com exceção da relacionada com os atletas-residentes.

“É difícil, do meu ponto de vista, que se transfiram para um dos outros [centros de alto rendimento], porque o modelo de funcionamento integrado que temos em Rio Maior tem características únicas, ou seja, com alojamento, com restauração, piscina olímpica, com a unidade de apoio ao rendimento na escola, tudo à distância a pé. Os jovens estavam aqui a frequentar a escola secundária, que é a 100 metros do complexo. Esse enquadramento é um enquadramento que não existe nos outros locais onde existem outras piscinas olímpicas. Portanto, não vejo que haja aqui uma lógica de substituição”, afirmou.

Miguel Pacheco acredita que “há eixos que estão a ser reforçados, como o próprio comunicado da federação diz”, como a questão dos estágios, dos eventos.

“Neste eixo em concreto, dos nadadores-residentes, a federação entende que, neste momento, não é oportuno que ele possa continuar. Aliás, o próprio comunicado diz ‘para já’. Nem sequer é uma questão definitiva”, assumiu.