
Os dados mais recentes da Iberinform relativos à evolução das empresas em Portugal mostram que, apesar de uma redução mensal de 12% nas insolvências em abril, o acumulado do primeiro quadrimestre de 2025 registou um aumento de 10% face a igual período de 2024. O Alentejo, em particular os distritos de Évora e Portalegre, evidencia subidas significativas neste indicador.
Entre janeiro e abril, registaram-se 1.359 insolvências no país, mais 124 do que no mesmo período do ano passado. Destacam-se os aumentos em Portalegre (+150%) e Évora (+50%), posicionando estes distritos alentejanos entre os que mais cresceram em número de empresas insolventes.
De acordo com os dados divulgados, as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas aumentaram 41%, enquanto os pedidos apresentados por terceiros subiram 7%. Em contrapartida, os encerramentos com plano de insolvência diminuíram 6%, e os processos encerrados com declaração de insolvência desceram marginalmente (-0,3%).
Lisboa (24%) e Porto (26%) continuam a ser os distritos com maior número de insolvências, mas a evolução mais acentuada verifica-se fora dos grandes centros urbanos, com impacto visível em regiões do interior, como o Alentejo.
No que respeita aos setores de atividade, os aumentos mais relevantes nas insolvências foram registados na Indústria Extrativa (+300%), na Agricultura, Caça e Pesca (+147%) e nos Transportes (+66%). A Indústria Transformadora foi um dos poucos setores a registar uma quebra (-2%).
Já ao nível da constituição de empresas, registou-se uma quebra de 26% no mês de abril face a 2024, com a criação de 3.199 novas empresas. No acumulado do quadrimestre, a descida é de 3%, com 18.735 novas empresas registadas.
Apesar da tendência negativa a nível nacional, o distrito de Évora destaca-se com um crescimento de 12% nas constituições de empresas nos primeiros quatro meses do ano. Viseu e Viana do Castelo lideram este indicador, com aumentos de 19% e 11%, respetivamente. No sentido oposto, além dos decréscimos nos grandes centros urbanos, destacam-se as quedas nos distritos de Faro (-13%) e Aveiro (-10%).
Por setores, os dados revelam aumentos nas áreas da Agricultura, Caça e Pesca (+27%), Construção e Obras Públicas (+9%) e Indústria Transformadora (+3%). Os setores com maior recuo na criação de novas empresas foram as Telecomunicações (-37%), Transportes (-26%) e Eletricidade, Gás e Água (-28%).
A evolução simultânea de um aumento nas insolvências e decréscimo na constituição de empresas no Alentejo é indicativa de uma conjuntura económica que continua a exigir acompanhamento atento por parte das entidades públicas e privadas.