
A Câmara Municipal de Setúbal apresentou uma queixa formal na PSP contra desconhecidos, após identificar danos sistemáticos e intencionais nos sistemas de rega de vários espaços verdes da cidade. Os atos, repetidos quase diariamente no último mês e meio, resultaram na secura de zonas ajardinadas e exigiram a substituição de componentes destruídos.
Segundo a vice-presidente da autarquia, Carla Guerreiro, “não se trata de brincadeiras”. Os autores conhecem os mecanismos e sabem exatamente como inutilizar os sistemas automáticos de rega, comprometendo o esforço de manutenção das áreas verdes.
“Detetamos falhas todos os dias, caixas de rega danificadas, sistemas desligados. Há prejuízos reais e uma clara intenção de causar dano.”, afirmou a autarca, que tutela o pelouro do Ambiente. A autarquia não descarta que os atos possam configurar sabotagem, e por isso solicitou a intervenção das autoridades.
A PSP está agora a investigar os casos, enquanto a autarquia intensificou as rondas de vigilância e apela aos munícipes para reportarem qualquer anomalia ou comportamento suspeito.
Um dos exemplos mais marcantes ocorreu no jardim junto ao ‘Interface’ de Transportes da Tebaida, onde toda a vegetação secou após a sabotagem da caixa de rega. O espaço já foi recuperado, “mas o custo para o erário público é elevado e evitável”, sublinha a Câmara.
O município gere diretamente mais de dez hectares de parques e jardins, incluindo os parques do Bonfim, da Algodeia, de Vanicelos e de Albarquel, além de zonas ajardinadas nas avenidas Luísa Todi e Antero de Quental. O investimento em tecnologia de rega remota e em maquinaria moderna tem sido uma prioridade, mas os atos de vandalismo colocam em causa a eficiência dos serviços.
Além dos sistemas de rega, a autarquia gere ainda a poda e tratamento de cerca de 30 mil árvores, com ações regulares para controlo de pragas como o escaravelho da palmeira e a processionária do pinheiro.
A vice-presidente Carla Guerreiro garantiu que a autarquia vai continuar a reforçar a manutenção dos espaços verdes, defendendo que a sabotagem a bens públicos “é crime e deve ser tratada como tal”.