
A assinatura deste acordo, anunciada no dia 7 de julho de 2025, marca o início de um projeto que combina a experiência marítima da MOL com a capacidade da Kinetics de fornecer energia móvel, com o objetivo de atender à crescente demanda global por infraestrutura digital.
Segundo ambas as empresas, um centro de dados flutuante permite contornar os estrangulamentos que afetam os centros de dados em terra firme, onde a escassez de energia elétrica e de terrenos edificáveis gera esperas de até cinco anos para construir novas instalações. Por depender do seu próprio abastecimento e não necessitar de terrenos em áreas metropolitanas, o centro de dados embarcado promete reduzir prazos e custos de arranque, além de oferecer mobilidade para se relocalizar em função da procura regional.
A instalação partirá de um navio de 120 metros de comprimento e 9.731 toneladas de arqueamento bruto, ao qual será adicionada uma capacidade informática modular entre 20 e 73 MW refrigerada por água do mar. O projeto prevê integrar a eletricidade proveniente dos chamados Powerships — navios que permitem alimentar energeticamente outros navios e capazes de funcionar com vários combustíveis, como o gás natural liquefeito — e, se a localização permitir, conectar-se à rede terrestre ou a parques solares e eólicos próximos.
O processo de conversão do navio está estimado em um ano, reduzindo em cerca de três anos os ciclos típicos de construção em terra, e a reutilização do casco reduz tanto a pegada ambiental quanto o investimento inicial. O uso de sistemas existentes a bordo — climatização, tomadas de água ou geradores — e um sistema de refrigeração direta com água do mar contribuem adicionalmente para a economia de energia e operacional.
O plano de trabalho prevê a conclusão do projeto e dos acordos com operadores e autoridades portuárias durante 2025, o início da transformação do navio e a obtenção das licenças em 2026, para iniciar a operação comercial do centro de dados flutuante em 2027.
Com esta iniciativa, a MOL aprofunda a sua diversificação para infraestruturas sociais ligadas ao transporte marítimo, enquanto a Kinetics alarga a sua proposta de energia flexível ao domínio digital.