
O Comité do Património Mundial da UNESCO vai reunir-se, em Paris, a partir de domingo para analisar, entre dezenas de outras candidaturas, propostas de Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal.
De Portugal, o comité vai analisar a candidatura de um conjunto de obras projetadas pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira, que surge na documentação preparatória da reunião com a recomendação de revisão para decisão posterior.
A candidatura é coordenada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e abrange o edifício da própria FAUP, o Museu de Serralves e o Bairro da Bouça, no Porto, a Piscina das Marés e a Casa de Chá da Boa Nova, em Matosinhos, o Pavilhão de Portugal, em Lisboa, a Igreja do Marco de Canavezes e a Casa Alves Costa em Caminha.
De Portugal, foram ainda submetidos três relatórios sobre os estados de conservação do Santuário do Bom Jesus, em Braga, do Real Edifício de Mafra e do Centro Histórico de Guimarães e da Zona de Couros.
Candidatura do Brasil: Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu
Do Brasil, vai estar em avaliação a candidatura do Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa) recomendou que o processo retorne ao país proponente para garantir, entre outros fatores, a concordância do povo indígena Xakriabá.
Candidatura da Guiné-Bissau: Arquipélago dos Bijagós
A Guiné-Bissau candidata à lista de Património da Humanidade o arquipélago dos Bijagós. Em 2013, já tinha sido analisada uma proposta de classificação, que foi adiada para reforçar a proteção legal daquela paisagem natural.
Segundo o relatório da IUCN, o arquipélago é:
"provavelmente o mais importante local em África e um dos mais importantes do mundo em termos de ninhos de tartarugas marinhas, e o segundo mais importante de recolha de comida em África para a rota de migração do Atlântico Este, que é de importância global para as aves migratórias".
Candidatura de Moçambique: Parque Nacional de Maputo
De Moçambique, está proposta a inscrição do Parque Nacional de Maputo, que faz fronteira com o parque das Zonas Húmidas iSimangaliso, na África do Sul, já classificado como Património Mundial.
Caso a candidatura moçambicana seja aprovada, será criado um comité conjunto e um plano operativo para gestão coordenada com a África do Sul. O administrador do parque, Miguel Gonçalves, explicou:
"A gestão é individual de cada país, mas terá de haver coordenação em conjunto para se manter o valor de ambos os parques."
Até dia 16 de julho, o Comité do Património Mundial da UNESCO realiza a sua 47.ª sessão, onde irá analisar e votar os próximos passos sobre candidaturas que vão dos Camarões à Austrália.