O Partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) manifesta a sua preocupação com "o agravamento da situação social e de saúde pública na Região Autónoma da Madeira, associado à entrada em vigor da Lei n.º 55/2023". Esta nova legislação, conforme refere Liana Reis, "tem tido consequências particularmente graves na Região, contribuindo para o aumento do consumo, da exclusão social, da insegurança e da pressão sobre os serviços públicos".

"Um dos casos mais preocupantes está relacionado com a substância conhecida como 'bloom', cujo consumo tem causado sérios danos físicos e psicológicos, sobretudo entre a população mais jovem", diz a a coordenadora regional do Reagir Incluir Reciclar.

O recente documentário da BBC, conforme revela deu conta o DIÁRIO," expõe a realidade do consumo desta substância nas ruas do Funchal, trouxe visibilidade internacional a um problema que há muito é sentido pelas comunidades locais".

As imagens divulgadas mostram jovens em consumo activo, espaços públicos degradados e uma ausência de respostas eficazes por parte do Estado, afectando não apenas a imagem externa da Região, mas também a confiança da população nas instituições e no futuro". Liana Reis

O partido considera que "este é um momento crítico". As políticas de combate à toxicodependência devem, no seu entender, "assentar em princípios de prevenção, tratamento, educação e reintegração social — e não em permissividade que, na prática, fragiliza a actuação das forças de segurança e compromete o trabalho dos profissionais de saúde e acção social".

Assim, o RIR apela à revogação urgente da Lei n.º 55/2023 e propõe uma estratégia de intervenção articulada, que inclua "a criação de Centros Regionais de Tratamento e Reinserção Social, com equipas especializadas em dependências, saúde mental e integração socioprofissional; o reforço de Equipas de Intervenção Comunitária, com acção directa em zonas críticas e articulação com serviços de saúde, educação e segurança; a implementação de programas de prevenção e educação em meio escolar e comunitário; o aumento de meios técnicos e humanos para forças policiais e tribunais, para melhor responder ao fenómeno do tráfico e consumo abusivo e o apoio continuado às entidades sociais e associações locais, que actuam diariamente na linha da frente, com poucos recursos e elevada exposição ao problema".

O RIR reforça que "a toxicodependência deve continuar a ser tratada como uma questão de saúde pública, mas com responsabilidade, equilíbrio e protecção efectiva da sociedade". Na sua óptica, "a Madeira não pode ser palco de experiências legislativas que falham na sua missão essencial: proteger os cidadãos, garantir a coesão social e promover o futuro das gerações mais jovens".

Por fim, diz que o RIR "mantém-se ao lado das famílias, dos profissionais e das comunidades afetadas, comprometido com uma política séria, humanista e eficaz para enfrentar este desafio com coragem e soluções concretas".