
O Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciou hoje que 16 jornalistas e trabalhadores da imprensa estão detidos arbitrariamente na Venezuela.
A denúncia foi feita através das redes sociais e teve por motivo assinalar o início de junho, mês do jornalista na Venezuela.
"Celebramos a coragem e honramos a bravura daqueles que relatam a verdade apesar das adversidades. Mas a realidade é alarmante: 72 ataques a jornalistas e trabalhadores da imprensa entre [01 de] janeiro e [31 de] maio de 2025; 16 jornalistas continuam arbitrariamente presos", explica o CNP na X, antigo Twitter.
Sobre as agressões ou ataques a jornalistas ocorridos nos primeiros cinco meses de 2025, o CNP precisa que o maior número (18) teve como propósito impedir a cobertura noticiosa, tendo-se registado 14 casos de assédio, 11 detenções arbitrárias.
Registaram-se ainda oito casos de ameaças, sete de intimidação, quatro encerramentos de estações de rádio. Também três agressões físicas, três de apreensão ou confiscação de equipamentos, dois de roubo de equipamentos e dois de agressões verbais.
Entretanto, o secretário-geral do CNP, Edgar Cárdenas, explicou aos jornalistas que as celebrações do têm lugar num ambiente hostil para aqueles profissionais e que a maioria foram detidos por cumprir com o trabalho de informar, havendo alguns casos de detenções por emitir opiniões ou exercer direitos políticos.
"Estamos a assistir a uma deterioração das condições para o exercício profissional do jornalismo, continuamos num ambiente hostil caracterizado pelo encerramento de estações de rádio, assédio, ameaças e julgamentos arbitrários contra jornalistas (...) Não podemos comemorar enquanto a liberdade de expressão estiver a ser encurralada e os jornalistas continuarem injustamente presos", disse.
Edgar Cárdenas explicou que nas próximas semanas vão realizar-se vários eventos académicos, de formação e de debate para jornalistas e profissionais de informação", lamentando que "desde as mais altas instâncias do governo, a imprensa livre está a ser hostilizada numa tentativa de silenciar a informação, tentando impor uma matriz informativa sem apego pela verdade e pelo interesse coletivo".
Para o dirigente sindical, "desde as mais altas instâncias do governo, a imprensa livre está a ser hostilizada numa tentativa de silenciar a informação, tentando impor uma matriz informativa que não adere à verdade e ao interesse coletivo".
"É grave que o Governo queira definir a agenda noticiosa, e não os órgãos de comunicação social e os jornalistas, de acordo com a hierarquia dos factos noticiosos de interesse para a sociedade", sublinhou.