Os indecisos são, nesta altura, a maioria, no que toca às eleições legislativas. A sondagem do ICS/ISCTE para a SIC e o Expresso indica que 39% dos inquiridos não sabe em quem vai votar ou recusa responder, à frente dos 20% que tencionam votar na Aliança Democrática (AD) e nos 15% que votam PS. Ganhe quem ganhar, a larga maioria dos portugueses não acredita que venha a ter maioria absoluta.

O estudo de opinião aponta que a AD, de Luís Montenegro, reúne, nesta altura, 20% das intenções de voto e que o PS, de Pedro Nuno Santos, consegue 15%, nas legislativas de 18 de maio. Seguem-se o Chega com 9% e a Iniciativa Liberal com 4%.

Tanto a CDU, como o Bloco de Esquerda e o Livre têm apenas 1% das intenções de voto, enquanto o PAN nem 1% atinge. Há ainda 1% dos inquiridos a tencionar votar noutros partidos.

No entanto, a resposta mais frequente – dada por 39% daqueles que participaram no inquérito - é que não sabe ou não quer dizer em quem vai votar. Destaque ainda para a abstenção:8% dos inquiridos assume mesmo que não vai votar.

Sondagem ICS/ISCTE para SIC/Expresso

E em comparação com as últimas legislativas?

Quando se compara as intenções de voto com os sentidos de voto dos inquiridos nas últimas legislativas, a sondagem aponta que a maioria (60% a 65%) vai votar no mesmo partido em que tinha votado. Um em cada quatro diz ainda não saber ou prefere não responder e são residuais os que afirmam que votarão noutro partido.

Quanto aos que se abstiveram em 2024, um quarto declara que também não vai votar nestas eleições, enquanto 2 em cada 5 dizem que não sabem ou recusam responder. Entre os restantes, 14% pondera votar desta vez na AD, 10% no PS, 7% no Chega e 5% pode votar noutro partido, em branco ou nulo.

Maioria não acredita em maioria absoluta

E se as perceções já muito deram que falar com o atual Governo, é precisamente delas que falamos agora. Sem olhar a quem querem que ganhe, são mais aqueles que acham que vai ser a AD a venceras eleições legislativas - 33% - do que aqueles que põem as fichas no PS – apenas 19%.

No entanto, são ainda mais aqueles que não sabem ou que se recusam a responder: 41%. Há ainda 8% a atribuir a vitória eleitoral a um outro partido que não o PSD ou o PS.

Certo é que, ganhe quem ganhar, a larga maioria – 77% - não acredita que o vencedor conseguirá ter maioria absoluta. Só 14% crê que o vencedor conseguirá maioria e outros 9% dizem não saber ou preferem não responder.

Montenegro devia ir a jogo? Opiniões dividem-se

São praticamente tantos os que consideram que Montenegro fez bem em recandidatar-se (45%) como os que acham que fez mal (46%).

Os restantes 9% dizem que não sabem ou não respondem.

Marcelo não fez “nem bem nem mal”

A sondagem procurou também saber qual a avaliação que os portugueses fazem da atuação do Presidente da República na atual crise política. São mais aqueles que fazem uma apreciação negativa das ações de Marcelo Rebelo de Sousa – 31% diz que o Chefe de Estado esteve “mal” ou “muito mal” - do que aqueles que fazem uma apreciação positiva - só 20% diz que esteve “bem” ou muito bem”.

Ainda assim, a resposta mais frequente – escolhida por 43% dos inquiridos – é que o Presidente da República não esteve “nem bem nem mal”.

Ficha Técnica:

Este relatório baseia-se numa sondagem telefónica cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 12 e 17 de março de 2025. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfKMetris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal. Os números fixos, cerca de 33% do total, foram extraídos aleatoriamente, proporcionalmente à distribuição por prefixos no território. Os números móveis, cerca de 66% do total, foram extraídos aleatoriamente, proporcionalmente à distribuição por operadoras. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (3 grupos), Instrução (3 grupos) e Região (9 Regiões NUTS II 2024). A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, pelo sistema CATI (ComputerAssistedTelephoneInterviewing). Foram contactados 5397 números de telefone elegíveis (correspondentes a indivíduos pertencentes ao universo) e obtidas 802 entrevistas válidas (taxa de resposta de 15%, taxa de cooperação de 22%). O trabalho de campo foi realizado por 31 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses com 18 ou mais anos residentes em Portugal, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 11). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 802 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.