
O presidente da Assembleia da República está hoje na Ucrânia, onde vai participar numa cerimónia evocativa dos três anos do massacre de Busha pelas tropas russas e tem prevista uma reunião com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
José Pedro Aguiar-Branco chegou esta manhã a Kiev, estando acompanhado pelo deputado e ex-líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, atual presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Ucrânia.
Esta foi a única deslocação ao exterior que José Pedro Aguiar-Branco manteve na sua agenda oficial, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento no passado dia 19, na sequência do chumbo no parlamento da moção de confiança apresentada pelo Governo PSD/CDS-PP, liderado por Luís Montenegro.
Na Ucrânia, o primeiro ponto do programa do presidente da Assembleia da República, esta manhã, é uma cerimónia em honra das vítimas da tragédia de Busha, cidade próxima de Kiev.
Em abril de 2022, com a retirada das tropas russas de Busha, começaram a ser divulgados relatos e imagens de diversas atrocidades. Mais de 300 corpos foram encontrados e a Ucrânia pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar estes crimes de guerra.
Após a cerimónia em honra das vítimas de Busha, José Pedro Aguiar-Branco participa em Kiev numa cimeira de presidentes de parlamentos e, a seguir, reúne-se com o chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Antes de regressar a Lisboa, o presidente da Assembleia da República estará numa jantar oferecido pelo presidente do Parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk.
Nas suas últimas intervenções sobre a invasão russa da Ucrânia, José Pedro Aguiar-Branco tem criticado "a ilusão" de uma paz imediata e a qualquer preço e defendido que a solução tem de basear-se no Direito Internacional.
Sem nunca mencionar a recente conduta diplomática da administração norte-americana no que respeita à guerra na Ucrânia, o presidente da Assembleia da República assume que existe um desejo de paz, mas também de "um mundo baseado em regras, justiça e respeito pelos direitos humanos".
"Estes são os valores pelos quais os nossos antepassados lutaram e pelos quais os ucranianos têm lutado nos últimos anos. Esta é a herança que não nos podemos dar ao luxo de deitar fora por indiferença, ou pela ilusão, no atual contexto internacional, de uma paz imediata a qualquer preço", advertiu numa recente intervenção que fez em Cascais, em fevereiro.
"A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia há três anos. Há um agressor e há uma vítima. A Ucrânia é a vítima", salientou o antigo ministro social-democrata nesse mesmo discurso.