“Eu fiz 64 anos. Se eu estiver bem fisicamente...”. Foi desta forma que Miguel Albuquerque, reagiu, esta tarde, à questão do jornalista da Antena 1 sobre a possibilidade de se recandidatar ao cargo de presidente do Governo Regional, quando terminar o actual mandato, o que deverá acontecer no ano 2029.

À entrada das 35ªs Jornadas de Medicina Geral e Familiar da Madeira e Continente, que decorrem num hotel do Funchal, Albuquerque disse que “é prematuro” falar numa recandidatura mas deixou essa hipótese em aberto: “Agora, o objectivo - foi para isso que eu fui eleito - é cumprir este mandato e os compromissos que tenho com o eleitorado. É evidente, toda a gente percebe, que eu disse que ia fazer três mandatos, por circunstâncias que se alteraram. Mas não vou antecipar nenhuma saída minha, porque é prematuro neste momento. Não vale a pena estarmos a antecipar cenários que são longínquos. Três ou quatro anos em política é muito tempo, sobretudo num tempo em que a agenda política é alucinante. Temos de ter alguma ponderação”.

Albuquerque garante que não há “nenhum tabu” sobre o seu futuro político, mas admitiu que “qualquer processo de sucessão é sempre muito difícil”. “É muito mais fácil entrar na política do que sair da política. Se nós quisermos uma transição para o futuro que não acarrete prejuízos nem para a política pública da Região, nem para o partido de que eu sou militante e sou presidente, temos que fazê-lo com muita ponderação e muito cuidado e sobretudo com a noção de que neste momento tudo o que se possa dizer a esse respeito é prematuro”.

Sobre a necessidade de o PSD-Madeira preparar a sucessão do líder, o mesmo político avançou: “É importante o PSD trabalhar na formação de quadros nesse sentido. Mas não se fabrica lideranças em laboratório. As lideranças normalmente surgem nos contextos da vivência colectiva e política, se não, todos os politólogos eram grandes políticos”.

Já a propósito das 35ªs Jornadas de Medicina Geral e Familiar da Madeira e Continente, o chefe do executivo regional destacou que a Madeira tem hoje uma taxa de cobertura de 100% nesta especialidade, quando há dez anos era de 65%. A cobertura integral foi um objectivo traçado pelo Governo desde 2015 e cuja concretização implicou a contratação de profissionais. Segundo Albuquerque, a medicina geral e familiar é importante nos sistemas públicos de saúde, porque "previne a doença, consegue antecipar o diagnóstico a montante, poupando recursos a jusante e garantindo também aos utentes da rede de centros de saúde uma melhor qualidade de vida e uma maior prevenção relativamente aos riscos em termos de saúde”.