O homem que foi capturado, esta quarta-feira, no Algarve, conseguiu renovar a autorização de residência em Portugal, apesar de ser alvo de um mandado de captura europeu. À SIC, o Sistema de Segurança Interna (SSI) diz que na origem terá estado uma troca da nacionalidade do homem nos registos informáticos.
O cidadão de 36 anos fugiu, na terça-feira, de uma carrinha da Polícia de Segurança Pública (PSP), à porta do Tribunal da Relação de Lisboa. O homem tinha sido detido no aeroporto de Lisboa, na sequência de um mandado de captura europeu emitido pela Alemanha. Foi apanhado, esta quarta-feira, pela Guarda Nacional Republicana (GNR), em Lagoa, no Algarve.
Osuspeito, cuja nacionalidade ainda não é certa,terá conseguido renovar a autorização de residência em Portugal, através de um passaporte que não estava associado ao mandado de detenção europeu.
Renovou residência e não houve alarme na AIMA
A SIC questionou o Sistema de Segurança Interna, que explica que, apesar do mandado emitido pela Alemanha, o homem terá conseguido passar pelo sistema em Portugal porque foi registado com uma nacionalidade diferente daquela que era identificada pelas autoridades alemãs.
Na resposta enviada à SIC, o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna refere que o mandado de captura, emitido pela Alemanha em novembro do ano passado, dizia respeito a um cidadão marroquino, mas que o homem foi encontrado, em Portugal, na posse de um passaporte argelino.
O responsável do SIS alega que, no sistema informático dos serviços, quando é consultado o processo do homem em causa, não há qualquer referência ao mandado de captura europeu – precisamente pela confusão entre as nacionalidades argelina e marroquina.
Terá sido esta troca de nacionalidades que permitiu que o homem conseguisse renovar a autorização de residência em Portugal sem que soassem quaisquer alarmes na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
No “processo que é verificado aquando do tratamento dos títulos de residência (neste caso a renovação), pela AIMA, consta a informação que não existem medidas cautelares”, lê-se na nota enviada SIC pelo Sistema de Segurança Interna.
“Tal sucedeu devido à troca da nacionalidade pelas autoridades estrangeiras responsáveis pela inserção dos dados no sistema", sustenta o secretário-geral adjunto do SIS.
Não é ainda clara qual a real nacionalidade do suspeito - poderá até ter dupla nacionalidade, argelina e marroquina. O Sistema de Segurança Interna afirma não ter qualquer informação sobre se o passaporte argelino com o qual o homem foi encontrado será falso.