Demitiram-se 10 cirurgiões do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), na sequência de uma "situação de assédio laboral por parte de dois médicos do serviço", anunciou, em comunicado, esta quarta-feira, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
"A grave situação" provocou não só o cancelamento de mais de mil consultas, que, até ao momento, "não têm previsão de nova data", como também "afetou o acompanhamento de doentes oncológicos".
Um dos médicos acusados de assédio laboral é "antigo diretor de serviço", que gerou um "ambiente de instabilidade e limitou o exercício profissional de toda uma equipa", acrescenta o comunicado.
A FNAM referiu que foram feitas várias denúncias, mas que tanto o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora/Sintra, como o Ministério da Saúde "não tiveram qualquer intervenção capaz de resolver o problema".
"Esta saída [de 10 médicos] agrava as dificuldades na fixação de (...) cirurgiões, tornando ainda mais difícil qualquer tentativa de reconstruir a equipa de cirurgia", alerta a FNAM.
A Federação Nacional dos Médicos exige uma "resposta imediata e concreta" por parte do Ministério da Saúde, acusando-o de "desvalorizar" situações de denúncias de assédio laboral no Serviço Nacional de Saúde.