"Ficou claríssimo o compromisso entre todos os intervenientes em fazer avançar Évora_27 e deixar para trás o que ao passado pertence, porque, caso contrário, não chegamos a 2027 com o projeto que todos desejamos", afirmou à agência Lusa a responsável.
Maria do Céu Ramos falava após participar numa reunião, através de videoconferência, com Sylvain Pasqua, da Comissão Europeia, Pedro Rapoula, chefe de gabinete da ministra da Cultura, e Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Évora, entre outros.
A reunião realizou-se depois de sete programadores e comissários de CEC, presentes e futuras, terem expressado junto do executivo comunitário preocupação sobre a saída de Paula Mota Garcia da coordenação da Equipa de Missão, em outubro.
A Lusa também tentou contactar o presidente do município, mas as várias tentativas revelaram-se infrutíferas.
Nas declarações à Lusa, a presidente da Associação Évora 2027 revelou ter assumido, no encontro, o compromisso da estrutura gestora da iniciativa "para com o desenho que está feito no 'bid book'".
"Comprometemo-nos a dar continuidade aos diálogos que vinham de trás, mas que nós também já fizemos, com os parceiros da iniciativa, quer ao nível local, regional e internacional, que têm projetos inscritos em 'bid book'", adiantou.
Quanto às questões financeiras, Maria do Céu Ramos indicou que "o protocolo de financiamento, com uma componente de 34 milhões de euros do Governo, está estabilizado" e está em "diálogo com o presidente da câmara para esclarecer a componente de 10 milhões de euros" do município.
Questionada pela Lusa se a reunião permitiu afastar o eventual risco de a iniciativa não se concretizar, a responsável considerou que "essa foi a grande conclusão" da reunião.
"Sanaram-se as dúvidas, questões e preocupações que pudesse haver em torno do futuro e da continuidade de Évora_27 e ficou o compromisso de, no relatório de acompanhamento em abril de 2025, apresentarmos evidências dos compromissos que agora estabelecemos", sublinhou.
A coordenadora da candidatura de Évora a CEC, Paula Mota Garcia, demitiu-se, em outubro, por considerar que "não estavam reunidas as condições" para continuar, e apontou atrasos na constituição da associação gestora da CEC, formalizada apenas em fevereiro de 2024.
Dias depois da demissão de Paula Mota Garcia, tomou posse a direção da associação gestora de Évora_27, tendo sido escolhida a jurista Maria do Céu Ramos para a presidir.
A associação conta também com os recém-nomeados António Costa da Silva como diretor financeiro e Bruno Fraga Braz como diretor de comunicação e alcance, estando ainda por anunciar a direção executiva e a direção artística.
Esta mudança levantou preocupações junto dos responsáveis de outras sete CEC -- atuais e futuras -, que escreveram uma carta à Comissão Europeia, também numa altura em que está em curso uma revisão do atual modelo CEC, que termina em 2033.
Está previsto que, como aprovado na semana passada, a presidente da Associação Évora 2027, Maria do Céu Ramos, seja ouvida no parlamento sobre a organização e planeamento da CEC Évora 2027.
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