O Boavista está a negociar a rescisão por mútuo acordo com Cristiano Bacci, após ter aceitado na sexta-feira o pedido de demissão do treinador italiano, que colocou o lugar à disposição no lanterna-vermelha da I Liga de futebol.
Fontes ligadas ao processo confirmaram à agência Lusa que a desvinculação do técnico está adiantada e apenas carece de questões burocráticas, devendo ser oficializada nas próximas horas pela SAD 'axadrezada', liderada pelo ex-futebolista senegalês Fary Faye.
Desiludido pela ausência de reforços no Boavista, Bacci já não vai dirigir o treino matinal de sábado, no complexo contíguo ao Estádio do Bessa, no Porto, nem estará na visita do Boavista ao Estoril Praia, para a 21.ª jornada, no domingo, às 15:30, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, sob arbitragem de Hélder Carvalho, da associação de Évora.
Impedidas pela FIFA de inscreverem novos jogadores há cinco janelas de transferências consecutivas, devido a dívidas, as 'panteras' não conseguiram contratar no mercado de inverno, que esteve ativo entre 01 de janeiro e segunda-feira para os clubes nacionais, e perderam um dos titulares da primeira metade da época, ao venderem o lateral esquerdo nigeriano Bruno Onyemaechi aos gregos do Olympiacos por 2,5 milhões de euros (ME).
Entendendo não estarem reunidas as condições para que o Boavista possa competir em igualdade de circunstâncias, Cristiano Bacci colocou nos últimos dias o seu lugar à disposição e não exigiu compensação financeira junto da SAD para uma saída imediata.
Contratado em junho de 2024 como sucessor de Jorge Simão, o italiano estava vinculado até junho e vai deixar o Boavista ao fim de duas vitórias, seis empates e 13 derrotas em 21 encontros, numa altura em que a equipa é 18.ª e última classificada da I Liga, com 12 pontos, seis abaixo da zona de permanência direta e a cinco da vaga de acesso ao play-off.
Antes de chegar ao Bessa, Cristiano Bacci, de 49 anos, tinha sido treinador principal pela última vez entre 2015 e 2016, quando passou pela Olhanense, então na II Liga, antes de um trajeto de sete temporadas como adjunto dos gregos do PAOK Salónica (2017-2019 e 2021-2023), dos sauditas do Al Hilal (2019-2021) ou dos italianos da Udinese (2023/24).
De acordo com a última atualização da lista de clubes sujeitos a proibições de registo por parte da FIFA, o Boavista enfrenta três processos ativos - bem abaixo do máximo de 39 atingido no final do ano passado -, dos quais um vigora por três períodos de inscrição e dois têm duração ilimitada, estando datados de abril de 2023 a dezembro de 2024.
Com um pedido de Processo Especial de Revitalização (PER) aceite pelo Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia há quase três meses, as 'panteras' mantêm a esperança de desbloquear esses impedimentos em breve, de forma a poderem reforçar-se com jogadores sem contrato até ao final de fevereiro.