
Bolseiros de investigação e doutorandos da Universidade de Lisboa entregam esta quarta-feira uma carta aberta ao reitor da instituição pedindo o fim da taxa de entrega de tese de doutoramento que, em muitas faculdades, ronda os 500 euros.
A reivindicação é antiga e os efeitos da contestação variam, com instituições que acabaram por anular a taxa, faculdades que baixaram o valor e outras que mantêm a taxa de 500 euros, disse à Lusa a presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC), Sofia Lisboa.
No Instituto Superior Técnico e na Faculdade de Ciências, por exemplo, "conseguiu-se que baixassem de 500 para 250 euros, mas na maioria das faculdades ainda é 500 euros", disse Sofia Lisboa.
A presidente da ABIC disse que muitos presidentes de faculdades reconheceram que "o valor da taxa era muito pouco significativo no seu orçamento", mas houve exceções, como a Faculdade de Letras que alegou que "não podia prescindir desse financiamento porque com essa verba consegue pagar um professor auxiliar por ano".
"O ISCTE, mesmo ao lado, não tem taxa de entrega de tese", apontou Sofia Lisboa, lembrando que a luta é antiga e levou a uma petição com milhares de assinaturas que, em 2023, chegou ao parlamento.
Parlamento chumbou diplomas para extinguir as taxas
O parlamento acabou por chumbar os três diplomas que pretendiam extinguir as taxas de admissão a provas de doutoramento necessárias para concluir o grau académico.
Esta quarta-feira, bolseiros de investigação e demais doutorandos da Universidade de Lisboa irão concentrar-se em frente à reitoria para acompanhar o ato da entrega da carta aberta ao reitor, assinada por mais de mil bolseiros que pedem o fim daquela taxa.
"Vamos ver se será possível reunir com o reitor logo no ato da entrega", acrescentou a presidente da ABIC, explicando que o reitor pode, de forma mais transversal, resolver o problema e acabar com a taxa, que a ABIC entende ter "um valor abusivo que deve ser eliminado".