"Está prevista uma avaliação para amanhã [quinta-feira]", disse à Lusa o vereador da Proteção Civil de Porto Novo, Celso Medina.

"Defendo que seja feita uma avaliação e, depois, caso seja necessário, um inquérito, mas essa decisão caberá ao responsável pela estrada", acrescentou.

A avaliação da ligação entre Porto Novo e Janela, uma das principais vias da ilha, contará com a participação da Proteção Civil, do Instituto de Estradas e de um técnico da Câmara Municipal do Porto Novo.

"É uma localização onde sempre existiu esse perigo de queda [de pedras] e não é a única estrada que temos nesta situação", afirmou, indicando que há outras vias na ilha com riscos semelhantes.

Além disso, referiu que não há nenhuma sinalização específica para a queda de pedras nas vias.

Segundo explicou, as estradas de Santo Antão são praticamente esculpidas nas montanhas, o que representa um grande desafio.

Aquele responsável apontou para a necessidade de intervenções, uma vez que as condições representam um risco, sobretudo durante a época das chuvas (de julho a outubro), em que a queda de pedras é mais frequente.

O acidente ocorreu na segunda-feira, quando uma rocha amassou parte de um veículo ligeiro de transporte de passageiros na estrada que contorna encostas íngremes entre Porto Novo e Janela, causando a morte de dois jovens, além de ter provocado outros seis feridos, entre os quais, uma turista francesa de 62 anos, que sofreu a amputação de um braço.

Quanto aos feridos, o vereador adiantou que também está prevista uma análise para garantir assistência, incluindo apoio às famílias das vítimas mortais.

A Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santo Antão decretou, na segunda-feira, luto oficial de dois dias, lamentando o acidente.

Santo Antão recebeu, em 2023, a Conferência Internacional de Turismo Rural e de Natureza, reforçando a aposta do Governo na promoção da ilha, que, junto com outras, oferece experiências ligadas à natureza, distintas do turismo de "sol e praia".

O turismo e atividades associadas, como os transportes, estão a crescer e são o motor da economia do arquipélago, tendo o Governo previsto ultrapassar, no último ano, a meta de 1,2 milhões de turistas, antes apontada para 2026.

RS // JMC

Lusa/Fim