João Galamba não tem dúvidas: as centrais a carvão “nada teriam feito” para evitar o que se passou na segunda-feira.

O antigo ministro das Infraestruturas lembra que estas centrais não tinham instalado os equipamentos necessários para fazer o ‘black start’ e reiniciar a produção e distribuição de eletricidade do sistema nacional.

“Manter (artificialmente) as centrais a carvão disponíveis teria sido um desperdício económico e de pouca valia técnica para o sistema elétrico, pagar para não usar”, escreve.

No artigo de opinião que assina no jornal ECO, João Galamba defende que o problema está no investimento e modernização das redes e na sua gestão.

Alega ser necessária uma aposta nas “soluções digitais e no potencial da IA” para garantir uma “gestão otimizada de um sistema crescentemente complexo e descarbonizado”.

“As soluções para os sistemas elétricos do futuro não estão seguramente na adoção de soluções caras, pouco flexíveis e poluentes do passado, desenquadradas das necessidades do presente e do futuro. Estão no pleno reconhecimento de que um sistema elétrico de futuro tem de investir mais em redes elétricas e, sobretudo, tem de apostar fortemente em soluções digitais e no potencial da IA”.

Enaltece ainda o trabalho “notável” que tem sido feito pela REN, que congratula pela “relativa rapidez” com que foi capaz de recuperar e restabelecer a eletricidade no país.