O antigo dirigente do Chega Nuno Afonso acusa André Ventura de mentir sobre a atuação do partido face a problemas passados com a justiça, na sequência da polémica que envolve Miguel Arruda, o ex-deputado do Chega - agora não inscrito - suspeito de furtar malas no aeroporto de Lisboa e Ponta Delgada.
Nuno Afonso esteve ao lado de Ventura na fundação do Chega e chegou a número dois do partido. Agora, nas redes sociais, não hesita em apontar o dedo às palavras de Ventura.
Isto depois de o líder do Chega ter afirmado, em entrevista à SIC, que não tolera quaisquer tipo de atos criminosos no seio do partido.
“Eu levo mesmo a sério o [lema] limpar Portugal. Eu levo mesmo a sério a luta contra o crime seja ela qual for. É bom para o Chega? É evidente que não, não vou estar a mentir às pessoas. Agora o que é que diferencia? É a atitude que temos quando isto acontece”, afirmou Ventura esta sexta-feira.
Para Nuno Afonso, são muitos os exemplos que contrariam esta narrativa.
O “líder parlamentar do partido alegadamente agrediu arbitro de futebol de 18 anos (…); nas eleições autárquicas, houve um candidato do partido que tinha sido condenado por burla, houve outro candidato que tinha sido preso por assaltar casas e inclusivamente assaltar igrejas e roubar caixas de esmolas; há um presidente de uma distrital que é próximo de André Ventura que foi condenado por violência domestica”, enumera.
“O assessor pessoal do André Ventura teve conversas ordinárias com uma menor de idade, o André disse à rapariga que ia resolver a situação e no dia a seguir, na televisão, disse que não sabia de nada. Um outro candidato à margem sul tinha armas de fogo ilegais em casa também.”
Miguel Arruda desfiliou-se do Chega e mantém-se no Parlamento como deputado não inscrito. Esta sexta-feira iniciou um período de baixa psicológica e já regressou aos Açores, de onde é natural.