Mais de 200 crianças tiveram de ser hospitalizadas, depois de terem sofrido envenenamento por chumbo, ao comerem no refeitório de um jardim de infância na China. Tudo porque os cozinheiros decoraram com tinta não-comestível a comida servida aos alunos.

Pelo menos oito pessoas foram detidas, entre elas o diretor do estabelecimento de ensino pré-escolar, localizado na cidade de Tianshui. Vão ser investigadas por suspeita de produção de alimentos tóxicos e nocivos.

Segundo a polícia, o diretor do jardim de infância privado tinha dado indicações ao pessoal da cozinha para que comprasse a tinta na internet.

Os instrumentos para decoração dos alimentos foram, entretanto, escondidos, depois de as crianças terem ficado doentes. A polícia teve de fazer buscas e, quando encontrou a tinta utilizada, confirmou que estava claramente identificada como não-comestível.

As crianças tinham comido bolo de tâmaras vermelhas e broa de milho com salsicha – 233 delas ficaram com elevados níveis de chumbo no sangue.

Os testes feitos às amostras de alimentos recolhidas revelaram a presença de níveis de chumbo 2 mil vezes superiores ao limite permitido no país.

Em declarações à BBC News, o pai de uma das crianças manifestou preocupação sobre os efeitos que o envenenamento poderá ter a longo prazo na saúde do filho, temendo problemas hepáticos e do sistema digestivo.

Vários pais disseram à imprensa chinesa que já desde março que havia queixas das crianças quanto a dores de estômago e perda de apetite, pelo que temem que este episódio não tenha sido caso único.

O autarca de Tianshui, Liu Lijiang, veio declarar que a situação expôs falhas na segurança pública em termos de supervisão alimentar e prometeu que a cidade não ficará de braços cruzados.