
Numa entrevista publicada hoje, Aagesen admitiu que serão necessários "muitos dias" para determinar a origem da falha e não descartou nenhuma causa possível, incluindo um ciberataque, acrescentando que o Governo agirá quando houver certezas.
Ao jornal El País, a vice-ministra defendeu ainda que é absurdo ligar o apagão ao calendário de encerramento das centrais nucleares em Espanha, acordado pelas empresas de energia com o Governo.
"Estamos a investigar com extrema cautela e responsabilidade", explicou Aagesen, "para termos certezas e podermos comunicá-las com total transparência. E para procurar medidas para evitar que isto volte a acontecer."
Por outro lado, a ministra disse acreditar que a França deve perceber que "as interligações devem ser implementadas, independentemente do que aconteça", para tornar a rede eléctrica da Península Ibérica mais segura.
"Houve algumas flutuações, uma primeira e uma segunda, e que o sistema finalmente chegou a zero com a desconexão com a Europa. Milhares e milhares de pontos de dados precisam de ser analisados e, assim que possível, descobriremos a causa", garantiu.
O apagão foi "algo completamente invulgar" porque nunca tinha acontecido nada semelhante em Espanha, sublinhou Aagesen.
"É difícil determinar a causa porque, nos cinco segundos em que estas flutuações ocorrem, há muitas variáveis em cada milissegundo que agora precisam de ser analisadas. Além disso, os diferentes operadores precisam de ser analisados", explicou.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou na segunda-feira passada Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde português anunciou que ordenou uma averiguação das circunstâncias da morte de uma mulher septuagenária que estava ventilada e que terá morrido, alegadamente, em consequência do apagão.
A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai criar um comité para investigar as causas do 'apagão' "excecional e grave" que deixou Portugal e Espanha às escuras na segunda-feira, foi anunciado na quinta-feira.
A organização disse que vai "investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final" sobre o incidente de segunda-feira.
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