
O Presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu hoje o seu conselheiro de Segurança Nacional, Michael Waltz, depois de um jornalista ter sido incluído por engano num grupo de mensagens onde se discutiam informações militares confidenciais.
"Waltz aprendeu a lição. Ele é um bom homem", disse Trump, em declarações à cadeia de televisão NBC, nas quais indicou que a presença do jornalista Jeffrey Goldberg, diretor da revista The Atlantic, no grupo da plataforma Signal -- onde estavam várias altas figuras do Governo norte-americano - "não teve qualquer impacto" na operação militar contra os rebeldes Huthis no Iémen.
O Presidente explicou ainda que o número telefónico do jornalista tinha sido adicionado à conversa por um membro da equipa de Waltz.
"Um funcionário digitou lá o seu número", explicou Trump, indicando que o incidente "é a única falha técnica em dois meses e não foi nada de grave".
Por sua vez, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que não foi enviado qualquer "material confidencial" através do grupo de mensagens, no qual não foram discutidos "planos de guerra", antes de afirmar que o jornalista é conhecido pelas suas "reportagens sensacionalistas".
Leavitt salientou ainda, na sua conta na rede social X, que o gabinete do advogado da Casa Branca "forneceu orientação em diversas plataformas diferentes sobre onde os membros seniores da equipa do Presidente Trump podem comunicar da forma mais segura e eficaz possível".
"Como o Conselho de Segurança Nacional indicou, a Casa Branca está a rever como o número de Goldberg pode ter sido inadvertidamente adicionado", disse Leavitt, acrescentando que "graças à liderança forte e determinada de Trump e de todos os envolvidos no grupo, os ataques contra os Huthis foram bem-sucedidos e eficazes".
"Os terroristas morreram, e isso é o que mais importa para o Presidente Trump", concluiu a porta-voz, um dia depois de o próprio Goldberg ter revelado o que aconteceu.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, reconheceu mais tarde que as mensagens, enviadas pela aplicação de mensagens encriptadas Signal, pareciam ser autênticas, sem oferecer qualquer explicação sobre o motivo pelo qual os altos funcionários estavam a lidar com informações de defesa nacional fora dos sistemas governamentais confidenciais aprovados.
Num longo artigo, o jornalista Jeffrey Goldberg afirmou ter recebido antecipadamente - através de uma mensagem na Signal, uma plataforma de comunicação encriptada - o plano detalhado dos ataques dos EUA de 15 de março contra o grupo rebelde no Iémen.
"O secretário da Defesa, Peter Hegseth, enviou-me o plano de ataque", duas horas antes do início da iniciativa militar norte-americana, incluindo "informações precisas sobre armas, alvos e calendário", escreveu Goldberg.
O jornalista explicou que tudo começou com um contacto a 11 de março do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, através da Signal, popular entre repórteres e políticos, pela confidencialidade que promete.
Dois dias depois, o jornalista recebeu uma mensagem que referia "a coordenação" de ações contra os Huthis.
Goldberg disse que um total de 18 pessoas estavam incluídas na partilha da informação, incluindo, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o vice-Presidente, J.D. Vance, e o chefe dos serviços secretos (CIA), John Ratcliffe.