
"Não creio que haja qualquer problema nesse aspeto, porque se trata de um período de dez anos", afirmou Erdogan numa conferência de imprensa após a cimeira da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) em Haia, que definiu a trajetória de gastos até 2035 para atingir a meta de 5%.
Em todo o caso, o chefe de Estado da Turquia salientou que a NATO precisa de se reforçar e que isso se fará com um passo em frente dos aliados europeus.
"A Turquia tem uma visão positiva sobre isso, afirmamos que é benéfico atingir esse objetivo em dez anos", indicou.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, explicou hoje, numa conferência de imprensa, que os 2,1% do PIB que Espanha pretende destinar à segurança e defesa englobam os gastos totais acordados no âmbito da NATO e que têm como referência os 5% dos PIB de cada país (3,5% em despesas militares estritas e mais 1,5% noutros recursos).
Os 2,1% do PIB são um nível de gasto "suficiente e realista" para Espanha, sendo "compatível com o estado de bem-estar e os compromissos internacionais assumidos pelo país", defendeu Sánchez, que considerou a cimeira da NATO "um êxito", tanto do ponto de vista "da unidade da Aliança" como do "interesse geral" de Espanha.
A posição de Espanha foi criticada durante estes dois dias de cimeira da Aliança Atlântica por vários líderes dos Estados-membros.
Questionada sobre a exceção que Sánchez terá conseguido, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foi categórica: todos os Estados-membros assinaram "exatamente a mesma coisa".
Segundo Meloni, nenhum dos Governos que intervieram na cimeira defendeu "alguma coisa polémica" na reunião de hoje.
"Todos disseram: muito bem!", relatou à comunicação social, depois de os principais partidos da oposição italiana a terem instado a juntar-se à posição reticente do chefe do Governo espanhol em relação ao aumento da despesa com Defesa.
"Nós fizemos como Espanha, ou Espanha fez como nós", afirmou Meloni, insistindo que os 32 membros da Aliança "fizeram exatamente o mesmo" e assinaram a declaração.
Quanto ao esforço que Itália terá de fazer, a primeira-ministra defendeu que não será muito diferente do que teve de fazer para aumentar os seus gastos com a Defesa, após o compromisso de 2014 alcançado no País de Gales.
"Sou uma pessoa responsável", declarou, acrescentando que, por isso, só assume os compromissos que sabe que Itália pode enfrentar e cumprir.
"Não tomamos estas decisões porque temos de satisfazer ou agradar a alguém, tomamo-las precisamente pelo contrário, porque nos servem a nós, à nossa autonomia e à nossa soberania", sustentou.
De acordo com o ponto 5 da declaração final da cimeira de Haia, será a Turquia a anfitriã da próxima cimeira da NATO, no ano que vem.
"Nós (os Estados-membros da NATO) expressamos o nosso agradecimento pela generosa hospitalidade com que o reino dos Países Baixos nos acolheu [e] aguardamos com expectativa a nossa próxima reunião na Turquia, em 2026, seguida de outra na Albânia", lê-se no documento.
ANC (MP) // SCA
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