
Do outro lado da fronteira, os especialistas já falam numa temporada “histórica” de alergias que pode-se estender até ao verão. A chuva intensa aliada ao muito calor que se fez sentir proporcionou uma primavera de muito pólen… e de muitas alergias.
Segundo o El País, as zonas mais afetadas pelas elevadas concentrações de polén são a Andaluzia, Extremadura e a região do Levante, mas todo o território espanhol está em alerta. As próximas semanas serão cruciais para se perceber o que poderá acontecer a seguir.
Juan José Zapata, presidente da Sociedade Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica (Seaic), explica ao jornal espanhol que "este ano, algumas pessoas foram gravemente afetadas".
"Os picos de pólen levaram os pacientes a extremos, não apenas aqueles que já sabíamos que eram alérgicos, mas também muitos que foram gravemente afetados nesta primavera pela primeira vez."
E em Portugal?
Apesar de os vários fatores apontarem que as elevadas concentrações de pólen podem manter-se nos próximos dias, a situação é um pouco difícil de prever, alerta Pedro Martins, médico imunoalergologista e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia clínica (SPAIC).
Como “este inverno foi mais chuvoso e permitiu uma boa hidratação dos solos" foi mais "favorável ao crescimento das plantas durante a primavera”, explica.
Aliado a isso, enumera do médico, tivemos também uma temperatura amena em grande parte da primavera (que facilita o metabolismo das plantas e favorece o seu crescimento); humidade relativamente baixa; pouca precipitação no final da estação e, ainda, dias pouco nublados que facilitam a fotossíntese.
“Podemos dizer que temos aqui condições meteorológicas favoráveis, tendo em conta o inverno mais chuvoso do que é habitual, que é muito facilitador para depois à germinação das plantas e temos uma primavera com temperaturas amenas (...) que acabará por facilitar a polinização”, explica à SIC Notícias.
Por isso, e apesar de ser imprevisível, a expectativa é que, mantendo-se estas condições meteorológicas, e se não houver um tempo demasiado seco nos próximos dias, “podemos ter uma primavera mais sintomática”.
“Temos condições meteorológicas que não se repetem todos os anos, mas não é inédito. (...) Se calhar notamos que as condições climáticas estão mais presentes. Mas fazendo uma retrospetiva dos 20 últimos anos iremos encontrar anos onde isto aconteceu.”
Tendo em conta esta situação, são várias as recomendações, principalmente para a população mais afetada:
- Ter atenção à prática de atividade física ao ar livre, principalmente da parte da manhã e ao início da tarde;
- Evitar arejar a casa em alturas complicadas do dia. A melhor altura será até às 8h00;
- Usar óculos escuros se fizer caminhadas;
- Fechar os vidros dos carros durante as viagens e no caso dos motociclistas usar capacete integral;
- Estar atento à divulgação dos boletins polínicos;
- Apostar em prevenção, no caso medicação.