O México começou esta semana a construir abrigos temporários, na fronteira, para acolher os migrantes que possam vir a ser deportados dos Estados Unidos da América após as promessas do Presidente Donald Trump.
As autoridades mexicanas estão a instalar tendas gigantes na Ciudad Juarez, na fronteira. Com capacidade para milhares de pessoas, os abrigos devem ficar prontos nos próximos dias.
As tendas na Ciudad Juarez fazem parte do plano do governo mexicano para construir abrigos e centros de acolhimento em nove cidades do norte do país, como Tijuana, Piedras Negras e Madamoros.
Além de um teto temporário, o Executivo vai ainda assegurar, no local, a alimentação, assistência médica e apoio na obtenção de documentos de identificação.
O plano do governo mexicano surge após o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, ter prometido uma deportação em massa de imigrantes. Uma promessa que já começou a dar sinais.
Horas depois da tomada de posse de Trump, na segunda-feira, um grupo de migrantes mexicanos, detidos no início do mês de dezembro, foi deportado de San Diego.
"Estão a caçar-nos (...) Quem não tem documentação tem medo de ir trabalhar, de conduzir e se não tiver um meio de transporte, como é que vai sustentar a família?"
De acordo com um recenseamento demográfico recente dos Estados Unidos, citado pela agência Reuters, quase 5 milhões de mexicanos estão a viver nos Estados Unidos sem autorização.
Muitos vêm do centro e sul do México, regiões assoladas pela violência e pobreza.
Cerca de 800 mil mexicanos a viver sem visto nos EUA são de Michoacan, Guerrero e Chiapas, onde as guerras entre gangues forçaram milhares de pessoas a fugir, deixando, por vezes, cidades inteiras abandonadas.
Congresso aprova lei de Trump lei que permite deter imigrantes suspeitos
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou esta quarta-feira o projeto de lei que exige a detenção de migrantes ilegais acusados de roubo e crimes violentos, tornando-se a primeira legislação que Donald Trump pode assinar.
A aprovação da Lei Laken Riley, que recebeu o nome de uma estudante de enfermagem da Geórgia que foi assassinada no ano passado por um venezuelano, contou com algum apoio bipartidário, num Congresso que rapidamente alinhou com os planos do republicado para a repressão da imigração ilegal, noticiou a agência Associated Press (AP).
A iniciativa foi aprovada na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) com 262 votos a favor, incluindo os da bancada republicana mais 46 parlamentares do Partido Democrata, e 156 votos contra.
- Com Lusa