"O Hamas podia ter libertado os reféns para prolongar o cessar-fogo, mas escolheu a recusa e a guerra", declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano Brian Hughes, em comunicado.

Israel lançou, durante a noite, uma onda de ataques contra a Faixa de Gaza, provocando pelo menos 420 mortos e cerca de 500 feridos. Estes ataques puseram fim ao acordo de cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro.

De acordo com um comunicado do Hamas, os Estados Unidos foram previamente informados por Israel sobre os ataques israelitas contra Gaza.

O Governo norte-americano confirmou que havia sido informado por Israel antes de retomar os ataques ao enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

Ao longo da primeira fase do cessar-fogo, o Hamas libertou 33 reféns, incluindo os corpos de oito, em troca de mais de 1.700 prisioneiros palestinianos, de um total planeado de 1.900.

No entanto, desde que a primeira fase terminou há duas semanas, as partes não conseguiram chegar a acordo sobre a segunda fase da trégua em Gaza, durante a qual se previa a libertação dos restantes reféns em Gaza e o fim da guerra.

Israel tem defendido que a primeira fase devia ser prolongada até que fossem libertados todos os reféns em troca de prisioneiros palestinianos, em linha com propostas apresentadas pelos Estados Unidos.

Israel prometeu aumentar a intensidade militar dos bombardeamentos até que o Hamas entregue os 59 reféns ainda detidos, desde 07 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou, de forma inesperada, território israelita, dando início à guerra.

O regresso aos bombardeamentos foi explicado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como "uma repressão à organização terrorista Hamas", na sequência da rejeição pelo grupo de duas propostas de mediação apresentadas pelo enviado presidencial dos Estados Unidos para implementar a segunda fase do acordo de cessar-fogo.

Israel exige que o Hamas liberte metade dos restantes reféns em troca da promessa de negociar uma trégua duradoura, mas o Hamas pretende continuar com os planos do acordo de cessar-fogo original alcançado pelas duas partes, com a mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos.

JYFR (PMC) // EJ

Lusa/Fim