O Presidente da Finlândia, Alexander Stubb, propôs que a Ucrânia se torne automaticamente membro da NATO caso a Rússia viole o cessar-fogo que possa vir a ser acordado.

"Por que não dar-lhes a adesão à NATO? (...) Quando as negociações forem bem sucedidas e se chegar a um acordo de paz, parte desse acordo estabelece que, se a Rússia quebrar o cessar-fogo ou voltar a atacar a Ucrânia, esta tornar-se-á automaticamente membro da NATO."

"Penso que esta é uma garantia de segurança suficientemente forte", acrescentou o líder finlandês, numa entrevista à CNN, referindo-se ao apoio norte-americano para garantir a manutenção de um possível acordo.

A proposta surge depois do Presidente Donald Trump, que ordenou a suspensão da ajuda militar norte-americana à Ucrânia, ter excluído a possibilidade de o país europeu aderir à NATO – uma linha vermelho para Moscovo.

O chefe de Estado norte-americano quer pôr fim à guerra o mais rapidamente possível, mas recusa-se dar as garantias de segurança exigidas por Kiev para dissuadir a Rússia de atacar novamente.

O presidente da Finlândia propôs a adesão da Ucrânia à NATO nestes contornos, depois do senador republicano Lindsey Graham, apoiante de Trump, ter mencionado a ideia em fevereiro, à margem da conferência de segurança, em Munique, de acordo com a agência France-Presse.

"Se não conseguirmos que entrem imediatamente na NATO, a minha ideia (...) é sermos muito claros: dizer a Putin que, se voltar a fazer o mesmo, se a Rússia fizer outra incursão na Ucrânia, isso resultará automaticamente na adesão da Ucrânia à NATO como uma linha vermelha", disse ao jornal Politico.

A mudança de atitude do Presidente dos EUA em relação à Rússia, marcada por um telefonema com o Presidente russo, Vladimir Putin, a 12 de fevereiro, está a obrigar os europeus a acelerar a sua cooperação em matéria de defesa.

Esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um plano para aumentar a capacidade militar da União Europeia, que prevê mobilizar cerca de 800 mil milhões de euros para a sua defesa e para ajuda imediata à Ucrânia.