
O deputado Francisco Gomes diz-se preocupado com a nomeação de Salvador Malheiro como Secretário de Estado das Pescas, uma vez que este responsável tem um doutoramento em Energia e nenhuma ligação ao setor das pescas. Malheiro é o substituto da madeirense Cláudia Monteiro de Aguiar.
O parlamentar eleito pelo Chega-Madeira considera que esta nomeação é prova de que o governo da República continua a ignorar o sector das pescas e que está a preparar o terreno para avançar com um projecto “desastroso”, herdado do anterior executivo socialista, que prevê a instalação de seis parques eólicos flutuantes ao longo da costa portuguesa.
“Nomear alguém sem qualquer ligação às pescas para dirigir o sector é um insulto aos pescadores. Isto só confirma que o governo não quer saber das comunidades costeiras e prepara-se para destruir ainda mais a actividade com um plano energético que ameaça o mar, os peixes e as famílias que vivem do mar", diz.
O partido aponta que estes parques eólicos ocuparão mais de 35 mil quilómetros quadrados de espaço marítimo, afectando zonas de pesca, áreas sensíveis de reprodução de espécies e rotas de navegação.
O deputado lembra ainda que Portugal apenas pesca 30% do peixe que consome, o que, a seu ver, demonstra a fragilidade crescente do sector, a qual diz que é agravada por decisões políticas que não têm em conta os interesses das comunidades piscatórias. Francisco Gomes afirma que "este governo não está preocupado com os pescadores, nem com as suas famílias, nem com a soberania alimentar do país. Está a ignorar os sinais de alerta e a colocar ainda mais em risco todo o sector, empurrando as comunidades costeiras para o desemprego e para a marginalização económica.”
Francisco Gomes reforça que as escolhas do governo terão também impactos diretos na Região Autónoma da Madeira, onde, segundo diz, os pescadores e os armadores já enfrentam dificuldades e a falta de vontade política da República tem sido recorrente.