A Google afirma ter superado um desafio importante na computação quântica com um novo chip capaz de atingir velocidades quase insondáveis. Willow é o novo chip quântico de última geração, que permite reduzir erros exponencialmente à medida que se aumenta a escala, usando mais qubits, unidade da computação quântica.
A gigante tecnológica afirma que, com Willow, consegue realizar um teste padrão em menos de cinco minutos, um teste que um dos supercomputadores mais rápidos da atualidade demoraria 10 septiliões de anos (1 seguido de 25 zeros). Isto é pelo menos um quatrilião de vezes mais tempo do que a idade do universo.
Mais do que velocidade, Willow destaca-se por resolver um dos maiores desafios da computação quântica: a correção de erros. Segundo a Google, o chip reduz exponencialmente os erros à medida que mais qubits são adicionados, uma inovação que torna os sistemas quânticos mais fiáveis.
A Google diz que os resultados dão credibilidade às teorias de que a computação quântica explora um multiverso de universos paralelos.
Os resultados foram publicados esta semana na revista Nature.
Um passo significativo em direção ao futuro
Hartmut Neven, fundador e líder da Google Quantum AI, sublinha que os resultados de Willow representam duas conquistas importantes.
Primeiro, a capacidade de reduzir erros de forma exponencial, resolvendo um problema que se tenta solucionar há quase 30 anos. Segundo, a demonstração de um cálculo quântico que ultrapassa em larga escala o desempenho dos computadores clássicos.
"Quando fundei a Google Quantum AI em 2012, a visão era construir um computador quântico útil e de larga escala que pudesse aproveitar a mecânica quântica para beneficiar a sociedade através do avanço da descoberta científica (...) O Willow é um passo significativo nessa jornada", afirmou Neven no blogue oficial da Google.
Os resultados publicados na Nature "mostram que quanto mais qubits usamos no Willow, mais reduzimos os erros e mais quântico se torna o sistema".
O próximo desafio imediato "para nós e para a área é demonstrar uma primeira computação 'pós-clássica útil' nos 'chips' quânticos atuais que seja relevante para uma aplicação no mundo real", acrescenta, manifestando-se otimista.
"O nosso objetivo é fazer as duas coisas ao mesmo tempo - entrar no reino dos algoritmos que estão fora do alcance dos computadores clássicos e que são úteis para problemas comercialmente relevantes no mundo real".
O que é Willow?
Willow é o novo chip quântico de última geração, com 105 qubits - as unidades da computação quântica.
Os chips quânticos são super rápidos, mas também muito propensos a erros e podem ser perturbados por algo tão pequeno como uma partícula subatómica a passar por perto.
Mas a Google diz que Willow é mais fiável e corrige erros em tempo real, reduzindo erros exponencialmente à medida que se aumenta a escala de qubits usados.
Este é um grande passo para a construção de um computador quântico prático e a Google espera que estes dispositivos possam um dia proporcionar grandes avanços em áreas como a IA e a medicina.
Os processadores estão a ser fabricados numa nova instalação construída especificamente para o projeto em Santa Bárbara, na Califórnia.
