
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa iniciaram hoje uma greve às horas suplementares e eventos especiais que terá impacto na final da Liga dos Campeões de futebol feminino, no sábado, e nos Santos Populares, segundo fonte sindical.
Questionada sobre as garantias do Metro de Lisboa de que essa greve "não teria impacto no habitual serviço de transporte", a sindicalista da Fectrans Sara Gligó disse ser "falso não haver impacto".
"Claro que tem impacto, mas o Metropolitano de Lisboa recorre, nesta altura, com alguma regularidade ao trabalho suplementar. Chama trabalhadores para vir trabalhar nos seus dias de folga, e com regularidade", disse a sindicalista, lembrando que a Fectrans tem vindo a alertar "com muita frequência" para esta situação.
Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa afirmou na quinta-feira que a greve convocada ao trabalho suplementar e eventos especiais, com início às 00:00 de hoje e com a duração de 30 dias, renovável por iguais períodos, "não terá impacto no habitual serviço de transporte".
Contudo, disse que irá reforçar a oferta no sábado, dia de final da Liga dos Campeões de futebol feminino, e que pondera reforçar também a oferta nos Santos Populares.
Já hoje, numa resposta enviada à Lusa, a empresa informou que o reforço do serviço "assenta numa conjugação de diversos fatores operacionais, pelo que não depende exclusivamente da realização de trabalho suplementar".
O Metro de Lisboa sublinha ainda que a adesão às paralisações por parte dos trabalhadores "não é uniforme, pelo que nem todos os trabalhadores aderem à greve".
Sara Gligó contraria os esclarecimentos do Metro de Lisboa, ressalvando que, se a greve não tivesse impacto no serviço, a empresa "não precisava de pedir aos trabalhadores para virem em trabalho suplementar já no próximo sábado".
"É o que vai acontecer amanhã [sábado]. O que acontece é que os trabalhadores, quando têm um pré-aviso de greve ao trabalho suplementar, disseram que não. Mas a verdade é que a empresa necessitou, e até efetivamente fez uma comunicação interna, a pedir aos trabalhadores para virem trabalhar. Portanto, isto é completamente falso", afirmou.
De acordo com a sindicalista, está em causa "o cumprimento do acordo de empresa, o acordo que a empresa fez connosco no final de dezembro para levantar uma greve similar a esta relativamente ao pagamento do dinheiro que é devido aos trabalhadores desde sempre, portanto as variáveis remuneratórias [trabalho suplementar e feriados]".
"No dia-a-dia, quatro minutos entre comboios em vez de dois, ou seis em vez de três, pode não ter um grande impacto. Agora, naquilo que são os eventos que a empresa entende que tem que participar, como no dia de amanhã, como a noite de Santo António, sim vai ter impacto", reiterou.
No esclarecimento do Metropolitano de Lisboa, a empresa revela ainda "estar empenhada em desenvolver todos os esforços para reforçar a oferta da sua rede, ajustando-a, sempre que possível, aos níveis de procura previstos, nomeadamente em momentos de maior afluência".
A greve que teve hoje início terá impacto na final da Liga dos Campeões de futebol feminino, no sábado, e nos Santos Populares, segundo Sara Gligó.
Em causa para a greve está, segundo a sindicalista, a luta pelo aumento do subsídio de almoço e redução para as 35 horas de jornada de trabalho semanal.
O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
Normalmente, o metro funciona entre as 06:30 e a 01:00.
RCP (DD/FAC) // MCL
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