
Israel vai, "a partir de agora, agir contra o Hamas com crescente intensidade militar", garantiu esta terça-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, poucas horas depois de um ataque à Faixa de Gaza que pôs fim a dois meses de tréguas.
"Desde hoje de madrugada, Israel tem operado em força contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", avançou o porta-voz do ministério, Oren Marmorstein, numa declaração publicada na rede social X, acrescentando que o país chegou a esta situação "depois de o Hamas ter rejeitado repetidamente propostas para prolongar o cessar-fogo e libertar os reféns" israelitas.
O ataque do Governo israelita à Faixa de Gaza matou mais de 400 pessoas, e acabou com o cessar-fogo que estava em vigor desde 19 de janeiro.
"O Hamas rejeitou duas propostas concretas de mediação apresentadas pelo enviado presidencial dos Estados Unidos, Steve Witkoff. Israel aceitou estas propostas de mediação. O Hamas rejeitou-as", refere na mensagem.
Primeira fase do cessar-fogo terminou há duas semanas
A primeira fase do cessar-fogo assinado entre Israel e o Hamas terminou a 02 de março sem acordo sobre a implementação da segunda fase contemplada na trégua.
A segunda fase incluía um cessar-fogo definitivo, mas Israel defendeu um prolongamento da primeira fase, com novas libertações de reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos, em linha com propostas apresentadas pelos EUA.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou que Israel está a "atacar alvos terroristas do Hamas em toda a Faixa de Gaza como forma de atingir os objetivos da guerra, que incluem a libertação de todos os reféns, o desmantelamento das infraestruturas militares e governamentais do Hamas e a eliminação da ameaça terrorista de Gaza à segurança de Israel e dos seus cidadãos".
Netanyahu já explicou regresso aos ataques
O regresso aos bombardeamentos por Israel foi explicado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como "uma repressão à organização terrorista Hamas", por não ter entregado 59 das pessoas raptadas a 07 de outubro de 2023 que permanecem em território palestiniano, das quais cerca de 30 deverão estar mortas.
De acordo com o governo da Faixa de Gaza, a maioria dos mortos registados pelo ataque de Telavive desta madrugada eram mulheres e crianças.
O ministro da Defesa de Israel já tinha anunciado que o país "retomou os combates" na Faixa de Gaza até que todos os reféns ainda retidos pelo movimento islamita palestiniano Hamas sejam libertados.
Segundo o ministro, Israel Katz, "as portas do inferno vão abrir-se sobre Gaza" se os reféns não forem libertados.
Com Lusa