
O Juntos Pelo Povo (JPP) pediu hoje um "voto de confiança" aos madeirenses para que o partido possa eleger, pelo menos, um deputado, mas não se comprometeu a viabilizar orçamentos em troca de reivindicações regionais.
"A fasquia é conseguirmos, pelo menos, eleger o Filipe [Sousa] como deputado da Assembleia da República", afirmou Francisco Ribeiro, cabeça de lista do JPP pelo círculo de Setúbal, em declarações à agência Lusa, durante uma ação de campanha na Baixa do Barreiro, distrito de Setúbal.
Filipe Sousa é cabeça de lista do JPP pelo círculo da Madeira às eleições legislativas de domingo e também presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, na Região Autónoma da Madeira.
Esta é a "expectativa" apontada pelo partido fundado em 2015 e que, em 2024, ficou a pouco mais de 500 votos de entrar na Assembleia da República, quando obteve 19.145 votos (0,31%), e que apela aos madeirenses que "deem o seu voto de confiança ao JPP".
Mas o partido não afasta o desejo de ir mais além. "Seria extremamente útil e positivo, não só para a Madeira, mas para o país inteiro, se [o partido] conseguissem eleger dois deputados porque aí já existia um grupo parlamentar", o que permitiria "outros espaços e outras audiências que um deputado único não tem", sublinhou Francisco Ribeiro.
Questionado sobre se o JPP admite viabilizar futuros Orçamentos do Estado, caso tenha assento parlamentar, em 'troca' de reivindicações regionais, o cabeça de lista por Setúbal não se compromete, referindo, no entanto, que "os deputados da Assembleia da República são representantes do país inteiro, não de regiões específicas".
"O JPP, acima de tudo, vota a qualidade das propostas", afirmou Francisco Ribeiro, numa ação em que existiu pouco contacto com a população, sublinhando que a eventual viabilização de orçamentos "depende de muitos fatores" e recusando antecipar cenários como se fosse o "Totobola".
Em termos de propostas concretas, e no que respeita concretamente à saúde, o JPP afirma é preciso "valorizar os profissionais" de saúde, seja a nível remuneratório, seja "dando-lhes as condições ideais" para que conseguiam "exercer o seu trabalho".
Já sobre a crise na habitação, o JPP considera que o país enfrenta uma falta de oferta, "não a que existe", mas "que está no mercado".
Por isso, defende uma aposta nos incentivos ao arrendamento, nomeadamente através da atribuição de benefícios fiscais a quem "fizer contratos de arrendamento acima de X meses", explicou o cabeça de lista por Setúbal.
Nestas eleições legislativas, o JPP concorre por 10 círculos eleitorais: Coimbra, Braga, Faro, Setúbal, Porto, Lisboa, Madeira, Açores, Europa e Fora da Europa.
Na Madeira, o JPP alcançou o lugar de líder da oposição no parlamento regional depois de nas eleições regionais, em 23 de março, ter ultrapassado o PS ao eleger 11 deputados, mais três do que os socialistas.