"Os depoimentos serão por videoconferência, entre 19 de maio e 20 de junho. A medida marca o começo da instrução processual, momento de produção das provas para a acusação e a defesa", indicou o STF em comunicado, acrescentando que serão interrogadas as testemunhas convocadas pela acusação e pela defesa do principal grupo de arguidos no processo, constituído por Bolsonaro e outros sete membros do seu governo.

As audiências decorrem por videoconferência e envolvem um total de 82 testemunhas, entre políticos, membros do exército e funcionários judiciais, sendo que muitas são partilhadas por mais do que um arguido.

Inicia-se assim a fase processual do julgamento, em que são recolhidas provas para a acusação e para a defesa.

Entre os convocados como testemunhas pelo ex-presidente (2019-2022) está o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos políticos apontados como seu possível sucessor, dada a inelegibilidade política de Bolsonaro, que vai até 2030.

Além do ex-presidente, esse grupo inclui o coronel Mauro Cid, ex-deputado de Bolsonaro, que depôs no Supremo Tribunal Federal em acordo de colaboração.

Também fazem parte o general da reserva Walter Braga Neto, ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022 pela chapa de Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

A denúncia contra este grupo foi aceite por unanimidade, no final de março, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

Todos eles foram acusados de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado e destruição de património público.

O plano golpista terá começado após a vitória do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Bolsonaro tentava a reeleição nessas eleições, mas não aceitou a derrota nas urnas e, segundo a acusação, foi então elaborado um golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.

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