Em declarações à Lusa, o presidente da LBP chamou a atenção para esta situação "complicada e desesperante", uma vez que as urgências hospitalares "estão a fechar com uma irregularidade muito grande e os bombeiros não sabem em concreto quais as urgências" a funcionar.

"Os doentes estão a ser encaminhados quase caso a caso, isto é complicado e desesperante", disse António Nunes, afirmando que os bombeiros estão a demorar em média, entre 20 a 30 minutos, com "um doente dentro da ambulância, em casa ou no local do sinistro" para saberem qual a urgência para onde devem fazer o transporte.

O presidente da LBP avançou que a Liga já pediu uma reunião à ministra da Saúde e vai também pedir uma reunião com urgência ao novo diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre esta "situação complicada".

António Nunes sublinhou que os constrangimentos nas escalas urgências não são apenas em ginecologia, obstetrícia e pediatria, mas sim em outras especialidades, como traumatologia, AVC e anestesia e frisou que a situação se tem vindo a gravar em várias regiões do país.

"Atualmente deixamos de ter o hospital de referência. Os bombeiros deslocavam-se para o hospital da área de residência, isso hoje já não existe. Temos que esperar que o CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM] faça a referenciação. Isto é muito complicado para os bombeiros, terem um doente dentro de uma ambulância 20 ou 30 minutos para saber para onde vai", precisou.

António Nunes afirmou também que os bombeiros ao demorarem "o dobro do tempo" no transporte de um doente "obriga ao empenho de mais recursos".

"O aumento de recursos humanos aplicados à saúde não é desejável numa altura de fogos como esta", lamentou.

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