A medida vai entrar em vigor na segunda-feira na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e abranger todos os visitantes dos 82 países isentos de visto de entrada, disse a PSP do território semiautónomo chinês.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, a polícia adiantou que todos os turistas estrangeiros "munidos de passaporte válido", independentemente da nacionalidade, poderão sair de Macau e entrar na ponte sem sair do veículo.

O objetivo da polícia é "promover o intercâmbio cultural internacional e ajudar Macau a tornar-se uma plataforma aberta ao exterior (...) e uma janela importante para o intercâmbio entre as civilizações chinesa e ocidental".

A polícia acrescentou que a medida, que abrange os veículos que possam transportar até nove pessoas, foi decidida "após uma avaliação aprofundada da procura de entrada e saída" no posto fronteiriço da ponte.

A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a mais longa travessia marítima do mundo, registou mais de 172 mil passageiros estrangeiros até ao final de abril, um aumento de 70% em comparação com o mesmo período de 2024.

"Este aumento deve-se em grande parte à expansão das políticas de isenção de visto pela China, sendo que o posto fronteiriço terrestre de Zhuhai é o único no território continental chinês que oferece acesso rodoviário direto ao Aeroporto Internacional de Hong Kong", avançou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

A construção da ponte arrancou em 2009, mas foi afetada por atrasos, a morte de mais de 20 trabalhadores e derrapagens orçamentais. O custo final da infraestrutura está estimado em 16,4 mil milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros), mais 25% do que o inicialmente previsto.

A ponte inaugurada em 2018 tem uma extensão de cerca de 55 quilómetros, que incluem um túnel subterrâneo de quase sete quilómetros entre duas ilhas artificiais para facilitar a navegação no delta do Rio das Pérolas.

A infraestrutura reduziu em cerca de metade o tempo de viagem entre Macau e Hong Kong.

No final de abril, o secretário para a Segurança de Macau anunciou planos para acelerar o controlo fronteiriço de visitantes estrangeiros, sem estatuto de residente ou autorização de trabalho, através da utilização de canais eletrónicos automáticos.

As autoridades irão expandir os equipamentos de autosserviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou Wong Sio Chak.

O secretário acrescentou que o Governo irá estudar a extensão da tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços a não residentes em 2025.

 

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