O Presidente da República descreveu Portugal como um país que se destaca no contexto mundial por estar bem, politicamente estável, com contas certas e que vai crescer 2%, num discurso em Quito, no Equador, feito este sábado.

Marcelo Rebelo de Sousa falava perante uma centena de portugueses e lusodescendentes, num hotel em Quito, último ponto do seu programa no Equador, depois de ter participado na 29.ª Cimeira Ibero-Americana, em Cuenca, entre quinta e sexta-feira.

"Quero dizer-vos Portugal está bem, num mundo que não está bem, numa Europa com complicações, numa América Latina com complicações", declarou. O chefe de Estado acrescentou que "Portugal está politicamente estável, Portugal está com as contas do Estado certas, Portugal está a crescer este ano, e vai crescer 2%".

"Portugal está a continuar a crescer no turismo, acaba de bater o recorde de receitas do turismo. Portugal continua a crescer em investimento. Mas queremos mais, queremos mais. E convosco vamos mais longe", concluiu, dirigindo-se aos emigrantes portugueses e lusodescendentes.

Depois deste encontro, em que também esteve o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o Presidente da República seguiu para o aeroporto, para viajar de regresso a Portugal, onde chegará no domingo.

No cenário macroeconómico incluído na proposta de Orçamento para 2025, o Governo PSD/CDS-PP prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e que a taxa de inflação diminua para 2,6% neste ano e 2,3% no próximo.

Quanto ao saldo entre receitas e despesas, o executivo pretende alcançar excedentes orçamentais de 0,4% neste ano e de 0,3% no próximo ano. Relativamente ao rácio da dívida pública, o Governo estima a sua redução para 95,9% do PIB em 2024 e para 93,3% em 2025.

Presidente da República elogia "capacidade de resistência" da comunidade portuguesa no Equador

Também este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com uma centena de portugueses e lusodescendentes, em Quito, e elogiou a "capacidade de resistência" da comunidade portuguesa no Equador, país que atravessa uma crise energética e graves problemas de violência.

"Esta comunidade de 700 [portugueses] vale por toda a comunidade espanhola e ainda mais. Perceberam o vosso mérito? Isto é Portugal, isto é Portugal em todo o mundo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Este encontro, no salão de um hotel em Quito, foi o último ponto do programa do chefe de Estado no Equador, antes de viajar de regresso a Portugal, depois de ter participado na 29.ª Cimeira Ibero-Americana, em Cuenca, entre quinta e sexta-feira.

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa relatou que durante a cimeira de Cuenca conversou com o Presidente equatoriano, Daniel Noboa, sobre a comunidade portuguesa neste país: "Ele sabe. Até sabe que não é aqui [em Quito] que ela se encontra sobretudo concentrada, e até sabe que uma parte tem uma tradição mais antiga, ligada à pesca".

Sobre os cortes de eletricidade diários no atual contexto de crise energética no Equador, provocada por uma seca prolongada, o Presidente da República comentou que "não é fácil" passar por isso e elogiou "a capacidade da resistência que têm os portugueses". "A partir de dezembro isso vai passar", referiu.

O chefe de Estado mencionou que há 700 portugueses registados no Equador e agradeceu às cerca de 100 pessoas presentes por se terem deslocado até este hotel em Quito, num sábado de manhã, vindos "de todo o país", uns de automóvel, outros de avião, "só para estarem com o seu Presidente". "E eu estar com os meus compatriotas, de que tanto me orgulho", completou.