O exército de Israel lançou o segundo ataque aos subúrbios da capital do Líbano desde o cessar-fogo alcançado em novembro.

Há quatro dias, as forças israelitas lançaram um ataque de drone contra um edifício em Beirute depois de dois projéteis terem sido disparados do território libanês contra o norte de Israel.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que "aviões de guerra, sob a direção do Shin Bet [os serviços de informações internas], atacaram recentemente um terrorista" do partido da milícia xiita libanesa Hezbollah, no bairro de Dahiya.

"Ele representava uma ameaça real e imediata, por isso agimos para o eliminar", disseram as IDF, num comunicado.

O exército disse que o alvo "estava a orientar agentes" do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e "a ajudá-los numa tentativa de realizar um ataque sério contra cidadãos israelitas no futuro imediato".

As IDF prometeram "continuar a agir para eliminar qualquer ameaça aos cidadãos do Estado de Israel".

A emissora Al-Manar, afiliada do Hezbollah, disse que o ataque ocorreu por volta das 03h30 (01h30 em Lisboa) e "causou várias vítimas civis".

As equipas de ambulância transportaram os feridos para hospitais próximos, enquanto dois edifícios foram destruídos e outros três foram danificados.

No domingo, as autoridades libanesas confirmaram a detenção de "vários suspeitos" de envolvimento no lançamento, na sexta-feira, de projéteis do sul do país em direção a Israel, que retaliou atacando os subúrbios de Beirute.

A Direção-Geral da Segurança Pública indicou que "as autoridades competentes iniciaram investigações para apurar responsabilidades e tomar as medidas legais pertinentes" após a detenção de "vários suspeitos".

O exército libanês tinha já anunciado a descoberta no sul do país dos locais de lançamento de foguetes utilizados para atingir Israel, numa área a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita.

As forças armadas libanesas abriram "um inquérito para determinar os autores dos disparos", seguindo a ordem dada pelo primeiro-ministro, Nawaf Salam.

O comandante das Forças Armadas libanesas, general Rudolph Haykal, anunciou entretanto que as tropas detiveram várias pessoas por estes atos atribuídos pelo exército israelita à milícia xiita libanesa Hezbollah.

As partes chegaram a um acordo de cessar-fogo com base no qual tanto Israel como o Hezbollah se comprometeram a retirar as suas tropas do sul do Líbano. No entanto, o exército israelita não se retirou completamente e manteve cinco postos no território do país vizinho.

Além disso, o exército israelita realizou vários bombardeamentos durante as semanas que se seguiram ao cessar-fogo, argumentando estar a agir contra as atividades do Hezbollah e que, portanto, não viola o cessar-fogo, embora tanto Beirute como o grupo tenham criticado essas ações.