Foi com escala e diversidade que o fundador e CEO da sheerMe, a startup portuguesa que atua na área da beleza e bem-estar digitalizando os tradicionais serviços de marcação e reserva, construiu a sua carreira. Miguel Alves Ribeiro foi tradutor, líder de equipas de vendas e marketing e peça-chave na expansão e desenvolvimento de negócios de empresas tecnológicas. Tudo o que construiu, em Portugal e no estrangeiro, garante, ajudou a moldar “o profissional, o empreendedor, o paí” que é hoje. E, mais do que isso, deu-lhe a convicção de que ninguém é nada sozinho, nem no lugar de CEO de uma empresa.
Miguel Alves Ribeiro defende que “não pode haver só um líder”. E explica: “quando estamos a fazer rondas de financiamento, por exemplo, 90% do meu tempo está dedicado a isso. Se eu não estiver a empresa fica à deriva? Não pode”. Com uma equipa de três fundadores, a sheerMe tem o que Miguel chama de “CEO Team, a equipa do CEO”. Trata-se de uma equipa de liderança, composta por pessoas de várias áreas, com autonomia para decidir e pensar estrategicamente o negócio.
“É, a equipa que nos ajuda a levar a cultura para a frente, a gerir a empresa, a tomar as decisões”, explica, acrescentando, que “a mais ínfima decisão é discutida entre todos e é lógico que os fundadores pesam sempre um pouco mais na decisão, mas queremos saber a perspetiva dos outros, ouvi-los, porque podem estar menos condicionados a alguma coisa que nós estejamos", detalha. Além disso, vinca "a diversidade faz toda a diferença, não é?”
Miguel Alves Ribeiro passou pela PT, pela Oni e pela Best Tables, em mercados diversos, da Europa à América do Sul. Mas foi na Índia que encontrou a sua experiência de maior crescimento. Foi convidado a integrar a plataforma de descoberta de restaurantes Zomato, como vice-presidente de Vendas, a partir de Nova Delhi, na Índia. “Era uma cultura completamente diferente, uma maneira de trabalhar e pessoas completamente diferentes do que estava habituado”, explica, realçando que “eram desconfiados e eu tinha que ganhar a sua confiança, sendo o único estrangeiro dentro da empresa”.
E o agora CEO da sheerMe nota que "é mais fácil liderar e inspirar pessoas quando elas nos reconhecem por termos tido impacto no setor". No seu caso, "era conhecido em Portugal e nos mercados onde estava, mas noutros países era só mais um. Implicou partir o meu ego e reconstruir tudo outra vez, a minha identidade profissional", diz.
Regressou a Portugal para liderar o lançamento da Zomato no mercado nacional, como diretor-geral, e a sua expansão na Europa e América do Sul. O gosto pela transformação de setores tradicionais através da tecnologia fez com que em 2021 lançasse o seu próprio projeto, a sheerMe, uma plataforma que visa digitalizar a gestão de clientes dos tradicionais salões de beleza e ginásios. Desde a sua fundação já angariou perto de 10 milhões de euros em investimento, mas continua a ter uma concorrência feroz da velha técnica do “papel e da caneta”.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: