"Na qualidade de membros da Comissão Nacional vimos solicitar ao abrigo do artigo 56.º dos Estatutos, alínea f, a inscrição na ordem de trabalhos da próxima reunião da Comissão Nacional, de um ponto relativo à convocação de um referendo interno/consulta à base social de apoio do PS para a definição do apoio do partido a um candidato presidencial", lê-se no e-mail dirigido a Pedro Nuno Santos e a Carlos César.
O pedido é subscrito por Daniel Adrião, que foi candidato a secretário-geral do PS, e pelos dirigentes Arlindo Varela, Carlos Dias, Isabel Barradas, Tiago Corais, Rui Dória e António Oliveira.
Na missiva, à qual a agência Lusa teve hoje acesso, estes militantes defendem que deve ser colocada a seguinte questão a militantes e simpatizantes do PS: "Qual a personalidade da área do socialismo democrático / social-democracia que o Partido Socialista deve apoiar nas eleições presidenciais de 2026?".
Estes sete socialistas apontam que a moção de estratégia apresentada pelo secretário-geral no último Congresso do PS refere que o partido "deve apoiar um candidato presidencial" nas eleições que deverão acontecer em janeiro do próximo ano.
"Estamos convictos que a abertura desta decisão à base social e eleitoral do PS conferirá ao candidato apoiado pelo Partido Socialista mais força cidadã", defendem.
No início do mês, foi lançado um manifesto que pede que o PS realize um referendo interno para escolher o candidato a apoiar nas eleições presidenciais de 2026, considerando que essa decisão deve ser feita de maneira alargada e não apenas por dirigentes.
De acordo com Daniel Adrião, esta proposta "já ultrapassou 190 subscritores".
Em entrevista ao Expresso publicada na última semana, o líder do PS admitiu que perante a situação atual, com as guerras que decorrem, "ter um Presidente da República com experiência internacional é importante".
Questionado se António Vitorino seria o seu preferido para candidato apoiado pelo PS, Pedro Nuno Santos respondeu: "A minha preferência é por um candidato da área do PS que tenha a possibilidade de ganhar".
Para o secretário-geral, é "importante que haja apenas uma candidatura" do campo político do PS porque "aumenta as possibilidades de vitória".
Referindo que a "história do PS" é que tenha havido dois candidatos, o líder socialista reiterou não ser solução o que tem acontecido de o partido não apoiar ninguém e, caso apareça mais do que um nome, remete a decisão para um órgão do PS, como a Comissão Nacional, órgão deliberativo máximo entre congressos.
FM (JF) // TDI
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