O ministro da Presidência lamentou, esta sexta-feira, as mortes por alegada falta de socorro do INEM e acusou o PS de inação e de falta investimento no instituto de emergência médica durante oito anos.

"Quaisquer mortes que aconteçam por relação com a atuação do Estado são de lamentar profundamente e merecem avaliação e investigação e essa investigação foi ordenada para perceber os contornos de cada uma delas, para que possamos analisar e decidir em conformidade com cada uma delas", disse António Leitão Amaro, que está a ser ouvido no parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025.

A deputada do PS Isabel Moreira questionou o ministro da Presidência sobre a greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) que segundo os 'media' terão levado à morte de sete pessoas, lamentando que a ministro da Saúde nada tenha feito para impedir o início da paralisação, uma vez o sindicato lhe deu 10 dias para iniciar negociações.

"A senhora deputada falou de 10 dias, 10 dias não são 3.000 dias, nem 8 anos de inação", disse Leitão Amaro, numa referência aos oito anos de governação socialista, que terminaram em abril.

Para o ministro, quando faz uma "avaliação política das causas para os problemas dramáticos que o INEM enfrenta, o PS precisaria de ter um bocadinho de pudor".

O ministro acusou o PS de ter a "responsabilidade de oito anos de desinvestimentos, de falta de recursos humanos, de desvalorização dos profissionais, de ignorância das reivindicações dos TEPH".

"Da parte deste Governo, não resolvemos todos os problemas num dia, estamos a tomar a medidas", disse, dando como exemplo a abertura de mais 200 vagas para TEPH, a aprovação de mais 320 veículos de emergência médica e a contratação de quatro helicópteros que passem a funcionar 24 horas por dia.

O ministro afirmou ainda que a greve às horas extraordinárias foi suspensa "por força do diálogo" em que o Governo está empenhado.