
"Aquilo que o senhor quer não está escrito nesse requerimento [da comissão de inquérito], está por trás desse requerimento, o que o senhor deputado quer é estar a meses a lançar para a dúvida, para a suspeição, para degradação todo o sistema político português e a capacidade de o Governo executar o seu programa", acusou Luís Montenegro, dirigindo-se a Pedro Nuno Santos, durante o debate da moção de confiança ao Governo, na Assembleia da República.
Depois de o líder do PS o ter desafiado a retirar a moção de confiança e aceitar submeter-se à comissão parlamentar de inquérito potestativa pedida pelos socialistas, o primeiro-ministro disse conceder a Pedro Nuno Santos "uma última oportunidade" e começou a formular uma frase, que foi interrompida pelo facto de o microfone se ter desligado por ter ultrapassado o tempo: "pedimos ao senhor presidente da assembleia da república...".
"Eu digo-lhe olhos nos olhos: diga-me, escreva-me, sente-se com alguém do Governo, comigo se quiser, entre os grupos parlamentares, defina o método para em 15 dias, em 30 dias eu lhe facultar tudo aquilo que o senhor precisa e que não tem nada a ver com esse requerimento que o senhor tem aí", desafiou.
Na abertura do debate da moção de confiança ao Governo, o primeiro-ministro tinha afirmado estar disponível para "suspender a sessão" parlamentar se o secretário-geral do PS dissesse "em concreto" que esclarecimentos pretende sobre a sua empresa familiar.
JF // JPS
Lusa/fim