
O presidente do PSD e o secretário-geral do PS estiveram hoje em divergência sobre a gestão do apagão de segunda-feira, com Luís Montenegro a defender que houve eficácia e Pedro Nuno Santos a apontar falta de coordenação.
Esta foi a primeira questão colocada no frente-a-frente televisivo entre os líderes dos dois maiores partidos, transmitido em simultâneo por RTP, SIC e TVI a partir das instalações do Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa.
O primeiro-ministro e líder da AD -- coligação PSD/CDS-PP para as eleições de 18 de maio próximo referiu que, na segunda-feira, o seu Governo coordenou as operações na dimensão técnica para cortar a ligação com Espanha, que esteve na origem do corte de fornecimento de eletricidade, e na retoma tão breve quanto possível do abastecimento aos portugueses.
Defendeu que o executivo comunicou logo após o apagão pelo ministro da Presidência, que o Conselho de Ministros esteve reunido 12 horas e que ele próprio falou ao país por volta das 15:00. Em simultâneo, segundo Luís Montenegro, houve uma preocupação em manter as infraestruturas críticas, ativando planos de contingência e de emergência.
"Isso resultou tanto que nós tivemos zero mortes na sequência direta da falha de energia elétrica, ao contrário do que aconteceu em Espanha", disse.
"O Governo atuou com força e eficácia", sustentou.
Uma posição que mereceu o desacordo do secretário-geral do PS, que acusou o Governo de ter falhado na comunicação e na coordenação ao longo das horas em que o país esteve sem eletricidade.
"Deixou os autarcas entregues à sua sorte, sozinho", contrapôs.
Pedro Nuno Santos considerou que era essencial que, logo após o apagão, o primeiro-ministro tivesse convocado o Sistema de Segurança Interna, onde estão representadas entidades como a Proteção Civil, as forças de segurança, a PJ e Forças Armadas, além de membros do Governo.
"O Governo falhou na sua missão", acusou, com Luís Montenegro a dizer que o líder socialista "não tem autoridade" para dizer isso, dando então como exemplo a forma como Pedro Nuno Santos se comportou enquanto ministro, acusando-o de "falta de serenidade e de entrosamento" dentro do executivo de António Costa.
Pedro Nuno Santos responde recordando a forma como atuou, enquanto ministro, perante "a crise da greve dos motoristas de matérias perigosas", assim como durante a pandemia da covid-19.