O primeiro-ministro, Luís Montenegro, falou pela primeira vez sobre os distúrbios que estão a acontecer em Lisboa desde segunda-feira, na sequência da morte de Odair Moniz, na Cova da Moura, Amadora, baleado por um agente da PSP.
"Nós não vamos pactuar com esses episódios. Nós queremos tranquilidade, ordem pública e que cada pessoa possa exprimir a sua opinião, mas dentro das regras. Não vamos pactuar com a violência", disse o chefe de Governo, afirmando que, se necessário, vai “endurecer a contenção” à onda de violência.
À saída do Fórum Empresarial Luso-Espanhol, que encerrou ao lado do chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, Luís Montenegro fez questão de deixar “uma palavra de grande apreço” às forças de segurança, que “têm feito um esforço notável de tentar conter esse ímpeto de violência".
“Parto do princípio que atuam dentro da lei”
O primeiro-ministro diz que "parte do princípio que todos os elementos das forças de segurança atuam dentro da lei”, mas garante que os polícias não deixam de ser alvo de escrutínio.
“Não significa que os agentes das forças de segurança não estão sob escrutínio. Neste caso específico, houve uma vida que se perdeu, temos que ter certeza que a atuação da polícia foi correta. Por isso foi aberto um inquérito.”
Os desacatos começaram na segunda-feira, depois da morte de um homem que foi baleado pela PSP, na Cova da Moura, o que gerou uma onda de indignação.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) registou 60 ocorrências de desordem e incêndio na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras, Odivelas, Loures, Cascais, Sintra e Seixal. Os confrontos no bairro do Zambujal, prometem os moradores, são para continuar.
O agente que matou Odair Moniz foi constituído arguido e, para já, a versão da PSP é diferente do que contam os moradores, que alegam uma ação de negligência e abuso policial.