
Pedro Nuno Santos considera a polémica que envolve Luís Montenegro “grave” e exige explicações “sem margem para dúvidas” sobre a empresa Spinumviva, em particular sobre os clientes, os serviços que presta e os preços que foram pagos.
“Os portugueses merecem e têm direito a ter confiança nos seus políticos, ter confiança no seu primeiro-ministro e essa confiança tem que ser restabelecida, porque ela neste momento não existe”, afirmou o líder socialista esta sexta-feira no Parlamento. “É fundamental que não fique qualquer dúvida, nem qualquer suspeita sobre o primeiro-ministro.”
O líder da oposição reitera as três questões que ficaram sem resposta no debate da moção de censura, acrescentando mais uma:
“Primeira: quais foram, e quais são os clientes do da empresa do senhor primeiro-ministro?"
"Segunda: quais são os serviços que foram prestados a estas empresas? E por que preço? Porque é fundamental termos todos a certeza de que o senhor primeiro-ministro não ficou a dever favores a ninguém (…) isso é fundamental ficar claro, não haver margem para dúvidas."
“Terceira: é fundamental também sabermos quem é que presta os serviços da empresa, nomeadamente desde a altura em que o senhor primeiro-ministro se afastou da empresa. E já agora, que preço foi pago a quem presta os serviços? Isso é fundamental também para percebermos entre o preço faturado e o que é pago a quem, supostamente, tenha prestado os serviços.”
“Quarta questão, (…) é preciso que fique claro quais são as razões para a explosão da faturação em 2022.”
Questionado pelos jornalistas sobre o que vai fazer o Partido Socialista caso Luís Montenegro não apresente todos os esclarecimentos, Pedro Nuno Santos "não exclui nada”, mas escusa-se a adiantar os passos seguintes.
"O que nós precisamos é que um primeiro-ministro dê as respostas. Não passa pela cabeça de ninguém que nós possamos continuar nesta situação sem que o primeiro-ministro não seja claro e responda de forma cabal a todas as dúvidas que entretanto se instalaram e que ele próprio deixou que se instalassem.”
Ressalvando que “nunca esteve em causa o direito a ter uma empresa”, o socialista condena a “desvalorização sobre a necessidade que os políticos e os governantes têm de ter no que diz respeito à transparência”.
O grupo de casinos e hotéis Solverde revelou ao Expresso que paga à empresa detida pela mulher e os filhos do primeiro-ministro, a Spinumviva, uma avença mensal de 4500 euros desde julho de 2021, por "serviços especializados de 'compliance' e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais".