
A taxa de mortalidade infantil em Portugal subiu 20% em 2024 face ao ano anterior, o primeiro aumento desde 2019. O número de óbitos de bebés com menos de um ano foi de 252, correspondente a uma taxa de 3,0 por cada mil nascimentos em 2024, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados pelo “Correio da Manhã”. Uma subida significativa face aos 210 óbitos por cada 2,5 mil registados em 2023.
O aumento verifica-se num ano marcado pelo encerramento em vários dias dos serviços de urgências de Ginecologia/Obstetrícia dos Hospitais, nomeadamente na região da Grande Lisboa. A falta de médicos é uma das grandes razões que levam a esta situação nos hospitais. Portugal está a piorar um dos indicadores em que Portugal mais se destacava pela positiva, o da mortalidade infantil.
É a taxa de mortalidade infantil mais elevada desde 2019 ano em que a taxa se fixou nos 2,9. Os valores mais altos nos últimos anos foram atingidos em 2016, com uma taxa de 3,2 (282) e em 2018 (3,3).
Setúbal, região mais afetada
A região de Setúbal é a mais preocupante, com uma taxa de mortalidade infantil de 3,7 por cada mil nascimentos, um valor acima da média europeia. É também nesta região que se tem registado mais constrangimentos nos serviços de Ginecologia/Obstetrícia.
O aumento da mortalidade infantil levou em janeiro, a Direção-Geral da Saúde nomeou uma comissão para avaliar os casos e os fatores associados à mortalidade infantil. Será nomeada por três anos, e irá analisar os fatores demográficos e socioeconómicos do agregado familiar, cuidados de saúde acedidos e prestados, áerea geográfica e ambiente envolvente.