
Os músicos e professores do Conservatório - Escola das Artes da Madeira, Roberto Moniz e Roberto Moritz, estão novamente no Havai, a fim de concluírem um projecto cultural e educacional iniciado no ano passado, que tem como objetivo dar a conhecer o machete e o rajão, instrumentos levados por emigrantes madeirenses no séc XIX e que estiveram na génese do Ukulele.
Nesta segunda viagem, os dois músicos madeirenses vão dar continuidade a uma etapa que ficou por concluir no ano passado, nomeadamente a gravação em áudio e vídeo de várias músicas madeirenses do final do século XIX, aquando do primeiro grande fluxo migratório de emigrantes madeirenses que chegaram a Honolulu em 1878 -1879 para trabalharem na cana de açúcar.

A principal razão destas gravações tem por objetivo deixar um registo histórico para constar numa das salas do futuro museu do Ukulele que está a ser preparado. Uma outra razão, segundo os responsáveis do Havai pelo projecto é a de também serem utilizadas pelas diversas escolas a fim dos alunos saberem a história e a origem do Ukulele, instrumento regional do Havai, que se tornou conhecido e amado em todo o mundo.
Nestas gravações, há a particular curiosidade dos músicos madeirenses Roberto Moniz e Roberto Moritz tocarem com réplicas de instrumentos do século XIX, levados da Madeira, assim como, com instrumentos históricos que pertencem aos Arquivo Centrais do Havai, pois esta instituição já conta com uma colecção de mais de mil instrumentos, composta por machetes, rajões e ukuleles.

A equipa coordenadora que é liderada pelo director do Arquivo do Havaí, Adam Jansen, refere que o objectivo destas gravações é educar os estudantes do Havai e a comunidade em geral sobre o som destes instrumentos, em contraste com o Ukulele, e perceber de que forma as tradições musicais madeirenses tiveram impacto no estilo de tocar o ukulele no final do século do século XIX.
As gravações serão mantidas no Arquivo Estadual do Havaí para fins educacionais e de pesquisa, bem como para serem utilizadas em futuras iniciativas para a criação do museu do ukulele.

Ainda como últimas atividades, nesta quarta-feira, os dois músicos madeirenses irão fazer um concerto comentado para alunos e professores da Universidade do Havai, e participar numa reunião que tem como objetivo estabelecer um protocolo entre esta Universidade e o Conservatório Escola das Artes da Madeira, para uma mobilidade entre estudantes destes cordofones do Havai e da Madeira a iniciar já em 2026.
Músicos madeirenses actuaram no Festival Internacional do Ukulele no Havaí
Os músicos madeirenses, Roberto Moniz e Roberto Moniz estão no Havai, pela segunda fez e representaram a Madeira na 53ª edição nacional e 2ª edição internacional do maior Festival de Ukulele que acontece naquelas ilhas do Pacífico, mais concretamente no Kapiolani Park, localizado na cidade de Honolulu, bem próximo da famosa praia do Waikiki. Os músicos e professores do Conservatório Escola das das Artes da Madeira e também músicos e dirigentes da Associação Musical e Cultural Xarabanda, tocaram músicas típicas madeirenses, assim como alguns originais, encantando não só a comunidade portuguesa, como o público em geral.

O programa deste festival contou ainda com a participação de músicos e grupos de outros países, como por exemplo do Canadá, Japão, Taiwan, China etc., tendo como cabeça de cartaz a talentosa compositora e intérprete havaiana, Taimane, que no final do Festival quis experimentar os instrumentos madeirenses - machetinho, machete, braguinha e rajão, levados por Roberto Moniz e Roberto Moritz. Esta artista internacional que já gravou um videoclip em São Vicente na Madeira, numa recente visita em férias, mostrou interesse em adquirir uma réplica de machete e outra de rajão e ficou mesmo com os contactos dos mestres violeiros madeirenses para o efeito.
