O príncipe Harry admitiu à BBC querer procurar reconciliação com a família, após ter perdido em tribunal um caso contra a família. Em causa está a disputa judicial em que o duque de Sussex exigia continuar a ter segurança policial financiada publicamente, mesmo depois de ter abdicado das suas funções na monarquia britânica e passado a residir nos EUA. Após recurso, a decisão do tribunal, conhecida esta sexta-feira, voltou a dar razão ao Palácio de Buckingham.

"Adorava reconciliar-me com a minha família. Já não adianta continuar a discutir", disse o duque, citado pela AFP. “Não sei quanto mais tempo tem o meu pai.”

Segundo Harry, o caso terá levado o pai, o rei Carlos III, a deixar de falar consigo. O monarca de 76 anos está a ser tratado a um cancro sobre o qual não foram divulgadas mais informações. Desde o diagnóstico, pai e filho ter-se-ão encontrado apenas uma vez. “Ele não quer falar comigo por causa desta questão da segurança", disse.

Contudo, o duque considerou também que a decisão judicial impossibilita o seu regresso ao Reino Unido com a mulher e filhos. As últimas visitas de Harry ao país natal foram para funerais e idas a tribunal.

A decisão de retirar a segurança policial aos duques de Sussex foi tomada por uma comissão governamental em 2020, já depois da rutura com a família real. Harry disse repetidamente em público que a decisão punha em causa a segurança da família, com o advogado a ter indicado em tribunal que o príncipe foi alvo de duas ameaças à sua segurança desde então. Considerou também que a decisão era uma tentativa dos funcionários de Buckingham controlarem os duques.

Segundo o advogado, o afastamento e mudança para EUA foram motivados pelo facto de o casal sentir que não era protegido pela monarquia, nomeadamente contra a cobertura negativa que a mulher, Meghan Markle, recebia nos tabloides. Três anos depois, Harry publicou um livro de memórias no qual revela vários detalhes da vida íntima e familiar.

Apesar de reconhecer que o advogado argumentou um caso convincente e que Harry se sente maltratado pela instituição, o tribunal considerou que a queixa do duque não tenha bases legais.