
Após a quebra registada em 2024, o número de nascimentos voltou a crescer no primeiro trimestre deste ano, quando foram rastreados 20.782 recém-nascidos, segundo dados baseados no "teste do pezinho" divulgados esta quarta-feira.
De acordo com os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), foram rastreados neste período mais 207 bebés comparativamente a igual período do ano passado (20.575).
No total, em 2024, foram analisados 84.631 bebés em Portugal, menos 1.133 bebés em relação ao ano anterior (85.764).
Os dados avançados à agência Lusa indicam que janeiro foi o mês em que foi rastreado o maior número de recém-nascidos (7.670), seguido de março (6.741) e de fevereiro (6.371).
Neste primeiro trimestre, Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (6.430), seguido do Porto (3.567), Setúbal (1.640), Braga (1.522), Faro (1.119) e Aveiro (989).
O menor número de testes foi observado no distrito de Bragança (124), seguido de Portalegre (143) e da Guarda (164).
Coordenado pelo INSA, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, o PNRN rastreia, desde 1979, 28 patologias:
- hipotiroidismo congénito;
- fibrose quística;
- drepanocitose;
- atrofia muscular espinal;
- e 24 doenças hereditárias do metabolismo.
Em 2024, o "teste do pezinho" permitiu identificar 45 casos de doenças hereditárias do metabolismo, 40 de hipotiroidismo congénito, seis de fibrose quística, quatro de atrofia muscular espinal e 43 de drepanocitose, num total de 138 diagnósticos, mais dois do que no ano anterior, segundo dados do INSA.
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A identificação da doença possibilitou que "todos os doentes iniciassem de imediato um tratamento específico, evitando défice intelectual e outras alterações neurológicas ou extraneurológicas irreversíveis, com a consequente morbilidade ou mortalidade", salienta.
Apesar de não ser obrigatório, o programa tem atualmente uma taxa de cobertura de 99,5%, sendo o tempo médio de início do tratamento de cerca de 10 dias.
O "teste do pezinho" é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança.