
O PAN alerta, através de comunicado, para a crescente pressão turística na Região e afirma que tal contrasta com as declarações do Presidente do Governo Regional, proferidas esta terça-feira, durante a apresentação do Programa de Governo, nas quais negou a existência de massificação turística.
Para o partido, a realidade demonstra o contrário e isso mesmo foi comprovado com uma visita ao Ribeiro Frio, onde hoje uma comitiva do PAN realizou o percurso dos Balcões. Além da dificuldade em encontrar estacionamento, constatou-se uma elevada concentração de turistas ao longo do trilho, "situação que compromete a tranquilidade, a biodiversidade e a sustentabilidade ambiental da zona".
Por outro lado, Valter Ramos afiança que a cobrança de entrada ao percurso não está a ser feita de forma permanente nem clara. "Esta situação levanta dúvidas sobre a transparência do processo, a uniformidade de critérios e, acima de tudo, o destino das receitas arrecadadas", aponta.
O que está em causa não é apenas o número de visitantes, mas sim a total ausência de planeamento estratégico e de uma política de conservação ativa. O Governo Regional opta por gerir a natureza como um negócio, sem garantir o equilíbrio entre usufruto e preservação. Valter Ramos
Além disso, o partido diz ser inaceitável que os montantes cobrados aos visitantes não revertam integralmente para a conservação dos ecossistemas, "mas sim para fins pouco claros e, em alguns casos, alheios à protecção ambiental". "Num cenário de crescente degradação de trilhos, erosão de solos e perturbação da fauna local, é urgente investir seriamente na preservação da natureza e no ordenamento dos fluxos turísticos", indica.
“A Madeira não pode continuar a ser tratada como um produto turístico sem limites. Precisamos de políticas sustentáveis que respeitem o nosso património natural e o bem-estar das populações locais. Não há turismo sem natureza e não haverá futuro se esta continuar a ser ignorada,” reforça Válter Ramos.
O PAN Madeira apela à criação de um verdadeiro plano de gestão e controlo de cargas turísticas nos trilhos e áreas protegidas, bem como à aplicação clara e vinculativa das receitas obtidas com taxas de acesso, exclusivamente em ações de conservação e monitorização ambiental.