
Inês Sousa Real, que falava numa ação de campanha para as legislativas de 18 de maio, ao início da manhã na estação de metro Casa da Música, no Porto, disse que "a mensagem de paz do novo Papa é absolutamente essencial para que se possa fazer um esforço de política internacional para repor a paz nos vários países que estão neste momento a ser fustigados" pela guerra.
"Basta ver a crise humanitária que temos na Palestina ou na Ucrânia, com as crianças a morrerem, até mesmo à fome, para perceber que temos todos que fazer um esforço conjunto para a reposição da negociação da paz", sublinhou.
Quanto ao investimento em defesa, a porta-voz do PAN defendeu que "cada euro investido" nesta área, deve corresponder ao valor investido na ação social.
"Não podemos deixar para trás aquilo que é a proteção das nossas infraestruturas. Países como a Alemanha já tomaram este tipo de decisões que o PAN tem apelado desde o primeiro momento. O apagão que tivemos recentemente no nosso país diz-nos isso mesmo", afirmou.
Referiu que "é preciso adaptar e investir também na proteção das principais infraestruturas como os hospitais, os aeroportos, tudo aquilo que possam ser equipamentos essenciais do país, seja para o contexto de guerra, seja para o combate às alterações climáticas, porque o fenómeno da guerra pode pôr em causa aquilo que é a nossa soberania enquanto país, mas também tem de estar preparado para as alterações climáticas".
Questionada pelos jornalistas sobre a proposta da NATO que defende uma subida de 5% dos orçamentos da defesa, Inês Sousa Real disse: "Parece-nos que não deve ser exigido o mesmo nível de investimento a todos os países".
"Portugal não tem a mesma capacidade financeira que têm outros países" uma vez que "tem muitas dificuldades para dar resposta à habitação, à educação, à saúde", disse.
A propósito de uma visita, na quinta-feira, a uma unidade de saúde familiar, a porta-voz do PAN disse ter tido "a oportunidade de verificar que as unidades de saúde familiar não têm todas o mesmo patamar de serviços".
"As pessoas sentem que o país anda muitas vezes a ritmos diferentes, não podemos deixar de lembrar as assimetrias que ainda persistem em Portugal e, portanto, não acompanhamos essa ambição dos 5%, que é excessiva face àquilo que é a capacidade do país. Os portugueses o que querem neste momento é ver o seu custo de vida diminuído, querem que a prioridade seja efetivamente melhorar a sua qualidade de vida, sem prejuízo de Portugal poder ser competitivo noutras áreas", salientou.
Para Inês Sousa Real, o país deve "ser competitivo na cibersegurança, naquilo que possa ser a formação, a participação em ações humanitárias, mas também na produção, por exemplo, de drones ou de outro tipo de equipamentos, sem deixar para trás aquilo que é a qualidade de vida das pessoas, que tem de ser o grande foco".
"Não podemos esquecer é que a forma, também, de combatermos a guerra e de garantirmos a paz é, por exemplo, através da soberania energética nacional. O facto de termos um plano para as renováveis e de apostarmos na nossa autonomia energética é uma forma de diminuir a dependência que a União Europeia tem, por exemplo, do gás russo", acrescentou.
Concorrem a estas eleições antecipadas 21 forças políticas: AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM, PLS e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.
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Lusa/fim